Começou ontem (13/11) a realização da 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em 26 capitais brasileiras, incluindo Belo Horizonte, e no Distrito Federal. A estreia na Capital mineira aconteceu no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes.
O diretor Marcelo Laffitte, fluminense de Volta Redonda (RJ), penou para conseguir recursos para rodar Elvis & Madona, que só chegaram via concurso destinado a obras de baixo orçamento do Ministério da Cultura (MinC).
Por mais de uma década, o projeto do longa sobre a questão de gênero, que relata a relação de um travesti e uma lésbica, foi visto como “filme de veado” por potenciais patrocinadores.
“O cinema podia estar sendo usado para apontar novas formas de sociedade”, reivindica Marcelo Laffitte, para quem o que é visto nas telas brasileiras, atualmente, não passa da reprodução da estética holywoodiana.
Com 37 filmes em exibição, o evento cultural está representando oito países da América do Sul. O grande homenageado do ano é o paulistano Eduardo Coutinho, de 79 anos de idade. Um dos mais importantes documentaristas em atividade, o diretor terá Cabra marcado para morrer (1984), Santo forte (1999) e O fio da memória (1991) exibidos na mostra.
Recém-anistiado “post mortem” pelo governo brasileiro, o ex guerrilheiro Carlos Marighella é tema de documentário da diretora Isa Grinspum Ferraz. Já Helvécio Ratton comparece com o elogiado Batismo de sangue.
Ao longo dos anos, o evento foi adquirindo credibilidade e importância para produtores, distribuidores cinematográficos e todos os envolvidos do cinema brasileiro e da América do Sul.