De acordo com dados compilados pela rede de varejo Walmart, a presença da mulher na dimensão econômica global irá aumentar nos próximos anos: 90 milhões delas entrarão no mercado de trabalho até 2013.
Entretanto, segundo as Nações Unidas, ainda existem alguns obstáculos para esse avanço: das 800 milhões de pessoas que não conseguem ler nem escrever, dois terços são do gênero feminino; e apenas 7% do capital de risco é direcionado para empresas lideradas por mulheres. Ou seja, além da capacitação para o trabalho, também falta a consequente valorização de seus esforços.
Estudos mostram que o equilíbrio de gêneros na liderança de empresas traz melhor desempenho financeiro. A constatação é da consultoria norte-americana Catalyst, que analisou a composição das diretorias das 500 maiores empresas da Fortune e seus resultados.
Com o intuito de capacitar e incluir a mulher em sua força de trabalho, o Walmart lançou em setembro a Global Women’s Economic Empowerment Initiative (Iniciativa Global para Empoderamento Econômico das Mulheres, na tradução para o inglês).
Ao longo de 2010, a rede de varejo trabalhou em conjunto com o setor público, Organizações Não-Governamentais (ONGs), grupos filantrópicos e universidades, para chegar à estrutura da atitude da marca, que vai ativar as unidades da Walmart presentes em 28 países. São cinco metas para 2016:
1) Negócios liderados por mulheres: serão investidos US$ 20 bilhões em negócios criados por mulheres nos Estados Unidos. Para as outras unidades da Walmart no mundo, será investido o dobro.
2) Agricultura e fábricas: serão oferecidos programas de treinamento para 60 mil mulheres que trabalham nas fábricas e nos campos dos fornecedores da Walmart. Serão desenvolvidas habilidades que tornarão as mulheres mais assertivas com relação às tomadas de decisão em suas rotinas de trabalho.
3) Treinamento e educação para o trabalho: serão oferecidos programas de treinamento específicos para o varejo. Cerca de 200 mil mulheres da rede global serão beneficiadas.
4) Diversidade de gênero: a Walmart irá expandir seu programa de diversidade de gêneros para todos os seus fornecedores, o que vai além de sua cultura interna.
5) Doações: a atitude contemplará com US$ 100 milhões diversos projetos de organizações que desenvolvam o senso profissional das mulheres.
“Ajudar as mulheres a viverem melhor é um tópico determinante para o nosso negócio e para o mundo. Estamos potencializando nossos esforços para educar e investir em mulheres do mundo. Queremos que as mulheres nos enxerguem como uma rede de varejo relevante para elas e que se preocupa com elas. Queremos que as mulheres sejam líderes”, disse Mike Duke, presidente e CEO do Walmart, no lançamento da iniciativa.
Em outubro, a Walmart Brasil lançou o Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher, o + Mulher 360, um plano de ação local que articula 37 empresas para impactar economicamente mais de 100 mil mulheres até 2015. O foco central é aumentar o número de cargos de chefia ocupados por mulheres.
Outro programa para o desenvolvimento da mulher já tinha sido lançado em junho no País, com o objetivo de contratar mulheres para a construção de novas lojas da Walmart. Em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a empresa criou o Curso de Formação de Mulheres Pedreiras. Estas mulheres serão absorvidas pela mão de obra da Walmart, logo após formação no curso. O Sam’s Club (rede que pertence à Walmart) de São Bernardo do Campo foi a primeira loja a admitir cerca de 50 mulheres recém-formadas.
A atitude da Walmart tem grande potencial de expansão, já que articula seus fornecedores e, também, dialoga com grande fatia de seu público que são, justamente, as mulheres. A iniciativa também alinha-se à uma tendência forte do mercado para a equalização de gêneros no mercado de trabalho.
Por Letícia Born. Esta reportagem foi publicada originalmente no portal Com:Atitude, e agora no Promoview, de acordo com parceria que os dois portais mantêm.