Você viu aqui no Promoview o crescimento do fenômeno dos cupons de compra coletiva, que teve seu boom no final de 2010 e repercutido depois, em abril deste ano, pela leitora Bianca Pereira .
O mercado reagiu tão rápido quanto a ascenção deste movimento comercial pela internet e abre uma nova frente de troca coletiva ainda mais democrático.
Aproveitando o espaço, surge o Reurbano, um site para compra e venda de cupons de compras coletivas que subiu no dia 11/11 e aposta no alto índice de desistência dos cupons para o aquecimento de um mercado secundário, em que a negociação ocorre diretamente entre os usuários.
Isto porque o Brasil deve movimentar até R$ 1 bilhão neste ano em compras coletivas nos mais de 1.500 sites disponíveis, puxados pelo Peixe Urbano e Groupon que vendem cupons promocionais em parcerias com estabelecimentos comerciais.
Mas estima-se que de 20% a 30% dos cupons sejam desperdiçados ou perdidos por esquecimento, falta de atenção às regras, entre outros motivos. Agora, quem quiser vender seus cupons deve se cadastrar no site, incluir o número do cupom e estabelecer o preço desejado, podendo ser inferior ou superior ao valor da compra original.
Isso amplia a utilidade do negócio, já que além de conseguir obter o valor gasto em um serviço que não vai utilizar, é possível também conseguir lucros na negociação.
A vantagem da recompra para quem adquire o cupom é a possibilidade de utilizar o serviço quase que imediatamente. “Descobrimos que 84% dos usuários de compras coletivas têm a expectativa de usar o cupom na mesma hora, mas só 5% conseguem, então a perspectiva fica frustrada” afirma Felipe Lachowski, diretor da empresa.
A Reurbano garantirá a qualidade dos cupons ofertados se disponibilizando a restituir, em até 30 dias, o valor pago pelo comprador caso haja algum problema com o cupom.
A empresa já prepara parcerias com sites de compras coletivas para que os cupons possam ser checados antes de serem anunciados.
De acordo com Ricardo Saad, diretor de marketing do Reurbano, a fomentação deste mercado secundário fortalece ainda mais o primário. “O Reurbano não vai competir com Peixe Urbano, Groupon ou Clickon, pois dependemos deles para termos boas ofertas disponíveis; assim como eles dependem da liquidez do mercado secundário para estimular a compra por impulso”, afirma.
O “start” da startup
A ideia para o negócio surgiu quando Ricardo Saad, diretor de marketing do Reurbano, morava em Nova York, onde os sites de compras coletivas despontaram com mais força antes de chegar ao Brasil.
Lá, ele também conheceu um site de recompra e experimentou a plataforma, conseguindo até obter lucro em algumas negociações.
Saad, que estava terminando um curso de empreendedorismo e mercado financeiro, se juntou a Lachowski, também do mercado financeiro para criar o Reurbano.
“Unimos o útil ao agradável. Tínhamos uma boa ideia que ainda não estava sendo executada no Brasil”, conta Lachowski.
Do surgimento da ideia até a estreia do site, concorrentes surgiram no mercado, mas a dupla continua otimista e diz que “o mercado ainda é muito cru”.
Foi investido R$ 300 mil no negócio e os sócios estimam faturamento de R$ 10 milhões no final de 2012, já com geração de lucros.
A receita da empresa virá da cobrança de R$ 1 por compra efetivada e 10% de comissão do valor do cupom, ambos cobrados do usuário que vendeu a oferta.
Superstição?
A data e horário escolhidos para a estreia (11/11/11 às 23h11 – ou 11h11pm, conforme o formato de horas em inglês) traz uma coincidência de algarismos que virou assunto em todo o mundo, principalmente nas redes sociais.
Ricardo Saad, diretor de marketing do Reurbano, conta que, apesar de terem sido escolhidos a dedo, não há qualquer superstição por trás da decisão. Na dúvida, ele afirma: “Tomara que dê sorte!”.
Regrupe também está no ar
Quem também está de olho neste novo negócio são os engenheiros Antônio Jorge Miranda e Vinícius Dornela que criaram o Regrupe (www.regrupe.com.br), uma outra solução para pessoas que quiserem repassar seus cupons vencidos possam comparar condições e taxas. No Regrupe os compradores pagam com cartão de crédito e recebem na hora o código para reutilizar o cupom.
Ao contrário dos modelos de classificados, no Regrupe comprador e vendedor não precisam se preocupar com operacionalizar a transação. E o site assume o risco por 30 dias após a compra, se comprometendo a devolver o dinheiro caso haja problemas para utilizar o cupom.
Para os sócios, colegas de turma do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o modelo é vantajoso para todos os lados: o estabelecimento garante o cliente – já que a maior parte enxerga este tipo de parceria como ferramenta de marketing para atrair público; o vendedor não perde o cupom e os sites vêem o estímulo à compra por impulso crescer. “Todo mercado em ascensão precisa de nichos secundários que tornem o modelo sustentável. O tipo de serviço oferecido pelo Regrupe estimula o amadurecimento do mercado de compra coletiva, que, acreditamos, ainda tem muito potencial” explica Miranda.