Quando recebo um estudante recém-formado em Comunicação, Publicidade e Propaganda, procuro avaliar o potencial criativo dele a partir de perguntas que nada tem a ver com o maldito portfólio que ele carrega embaixo do braço, gigantesco (pô, já dava para trazer num pendrive), que “a pessoa” insiste em querer mostrar, como se eu não soubesse que, parte significativa dele (o portfólio) não é dele (o carinha) e que quase tudo ali foi trabalho da faculdade que, feito longe da pressão do dia a dia de uma agência, pode levar o tempo de Michelângelo para ficar pronto.
Beleza, normal, já fui ele (o carinha), querendo deixar boa impressão. Isso não me angustia nem me irrita, salvo quando num dos portfólios encontro um trabalho meu, como aconteceu. Encontrei um anúncio feito por mim e pelo Animal (querido amigo que já mora lá em cima), para a Insetisan, como se fosse criação da “criança”.
O que me irrita mesmo é que, como ninguém fala sobre Promo nas Universidades, os entrevistados queiram debater sobre o “clean” e o slogan, ao invés de falarmos da identidade e do conceito.
Explico: No mundo Promo, Redator precisa saber escrever roteiro, conceituar e detalhar, e diretor de arte precisa desenvolver o lado designer e perceber mais que o layout, a forma e o todo, sacando a textura, o volume e propondo novos designs.
Creio que você que está lendo, seja recém-formado ou não, e tenha passado por uma seleção numa Agência Promo séria, possa ter sentido isso (talvez não tenha entendido na hora o que estava acontecendo) quando tentava mostrar o seu portfólio… “Porra, ninguém me disse isso na Faculdade…”… não disseram mesmo e não foi por maldade não.
É que, nas Faculdades que não formam para o mercado Promo, o princípio ainda é o verbo, mas pra gente, que tá vivendo no mundo real dos “Promocitários”, tudo começa num Conceito.
Ahhh, e haja brainstorm pra se chegar a essa conclusão.