Experiência de Marca

Os ecobrindes de artesanato sustentável do Reciclage.org

A organização conta com um portifólio ampliado de ecobrindes e uma carteira diferenciada de empresas e clientes individuais que utilizam os ecoprodutos de artesanato sustentável.

Eu sempre soube que, de alguma maneira, o Caco Rocha, criador do projeto Reciclage.org ia mudar o mundo. Primeiro eu achei que fosse pela política (e de fato nunca se sabe!), mas com o passar do tempo e a maneira única, dedicada e carinhosa com a qual ele trata as pessoas, a ‘mudança do mundo’ do Caco não poderia acontecer de outra forma que não fosse por meio do engajamento do mundo à sua volta.

Equipe Reciclage - Caco Rocha, à esquerda, e sua equipe de colaboradores do Reciclage.org.

Tudo começou com a sua escolha profissional. Formado em Relações Públicas, trabalhou em diversos projetos e agências do RS. Seu primeiro projeto ecológico, e hoje carro-chefe da Reciclage.org, partiu de uma ideia bastante comum e simples, mas não por isso pouco trabalhosa: utilizar o jornal do dia seguinte – o mesmo, aquele, que vai para a peixaria – e transformá-lo em sacolas para substituir as de plástico. E assim iniciou a ‘mudança do mundo’ do Caco.

O próximo passo era vender a ideia. Munido de todo o seu empreendedorismo, bateu em todas as portas que passaram na frente: da própria peixaria, à mega rede de supermercados. Um dia, num almoço, ele comentou que algumas empresas diziam que sim, outras que talvez, que isso o desmotivava… Mas não lembro dele ter falado dos “nãos” que efetivamente possa ter recebido. E eu imagino que “nãos” efetivos tenham sido poucos, pois a proposta das sacolas de papel é tão genuína que mesmo se um empresário ou outro não as quisesse naquele momento, ficava com a pulga atrás da orelha: quem sabe, no futuro.

Da sua tenacidade e certeza de que estava no caminho certo para empreender no universo da reciclagem, vieram os “sims” e para dar conta de uma produção artesanal de sacolas, ele foi buscar mão de obra em espaços alternativos: vilas de catadores de lixo, prisões, centros de reabilitação de dependentes químicos, entre outros.


A partir da experiência que vivenciou nestes locais, que possivelmente não passariam pela ideia de muitos empreendedores, ele ganhou o impulso para, com uma equipe de artesãos, treinar a mão de obra necessária para produzir as sacolas, fazendo o que a Reciclage.org chama de reaproveitamento criativo e eficiente do lixo.

A missão da empresa continuava: o objetivo do Caco era ‘gerar ocupação e renda em áreas de baixa atividade econômica oferecendo soluções sustentáveis ao mercado, e constituindo-se num modelo de negócio ecologicamente correto, socialmente justo e viável economicamente, tendo como principal desafio a conscientização para o consumo sustentável dos recursos naturais’.

Hoje, a organização conta com um portifólio ampliado de ecobrindes e uma carteira diferenciada de empresas e clientes individuais que utilizam os ecoprodutos de artesanato sustentável. Entre as possibilidades, são oferecidos os Produtos Customizados, que transformam os resíduos das empresas em brindes para impressionar os clientes.

Recentemente foi lançado também o Reciclage Digital, um projeto-piloto de reciclagem de lixo eletrônico em que computadores inativos são transformados em novas máquinas recicladas, que estão sendo vendidas a preços populares para promover a inclusão digital.

Mas a empreitada não para por aí. O Reciclage.org conta também com uma série de projetos de responsabilidade social. O Reciclando Vidas consiste na manutenção de um espaço de trabalho no Instituto Penal de Viamão, que tem o objetivo de promover a reinserção social de detentos, por meio do artesanato sustentável.

E o Venser, executado em parceria com o Instituto Federação Unimed/RS, utiliza o artesanato como terapia para pacientes em tratamento contra a dependência química no Hospital Parque Belém, também em Porto Alegre.

A obra feita é, com certeza, apenas o começo de uma aposta pessoal, cujos benefícios terão proporção global. Se cada um pensasse um pouquinho como o Caco o mundo certamente já estaria bem diferente!

Por Ariane Feijó.