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Turismo de eventos em destaque

Enid Câmara, mostrou sua primeira ação como membro da ABE, trazendo os acadêmicos, que ela chamou de "grandes mestres do turismo", e realizando, pela primeira vez, um encontro da ABE no Nordeste.

O Seminário Técnico, realizado pelo Skal Internacional de Fortaleza e a Academia Brasileira de Eventos (ABE), no dia 29/04, trouxe a Fortaleza vários palestrantes, que falaram sobre temas relacionados às “Peculiaridades e Perspectivas da Indústria de Turismo de Eventos no Brasil”. A coordenadora do seminário, Enid Câmara, mostrou sua primeira ação como membro da ABE, trazendo os acadêmicos, que ela chamou de “grandes mestres do turismo”, e realizando, pela primeira vez, um encontro da ABE no Nordeste.

Fortaleza foi o cenário para o encontro de turismo de eventos.

A presidenta da ABE, Marisa Canton, falou dos objetivos da entidade, que tem apenas cinco anos, mas pode dar uma grande contribuição ao turismo de eventos pela diversidade de conhecimento de seus acadêmicos. “São pessoas com um ecletismo de ideias e com capacidade para oferecer sustentabilidade e crescimento do setor”, disse Marisa.

Durante a solenidade de abertura, os secretários Bismarck Maia e Patrícia Aguiar apresentaram o cronograma de obras de suas pastas (Estado e Município), que vão contribuir com o crescimento do turismo e a qualificação dos visitantes.

Turismo de Eventos

O acadêmico Raimundo Peres, diretor da Conemar, fez a segunda palestra do encontro sobre o tema “Turismo de Eventos: O grande negócio desta década”. A mesa foi presidida por Paulo Renato Dantas Gaudenzi, consultor e diretor do Hotel Bahia.

Raimundo Peres fez palestra sobre Turismo de Eventos e alertou para a falta de equipamentos culturais (Foto: Joaquim Saldanha).

Entre os debatedores estavam importantes membros de organizações do turismo de eventos no Brasil, como: Margareth Sobrinho Pizzato, presidente da Associação Brasileira de Centros de Convenções (Abraccef) e membro do Conselho Nacional de Turismo; Armando Arruda, presidente Executivo da União Brasileira de Promotores de Feiras (Ubrafe); Elza Tsumori, presidente do Conselho Diretor da Ampro; e Enid Câmara, diretora geral da Prática Eventos e presidenta do Skal Internacional de Fortaleza.

Peres deu início à palestra destacando a nova visão que nasce sobre o turismo, atualmente, considerado como uma verdadeira indústria. Além de gerar renda e empregos, a atividade envolve mais de 76 ramos da economia.

Fortaleza possui vários produtos com serviços em decadência, segundo Peres. “É preciso fazer um trabalho de requalificação no segmento cultural de equipamentos artísticos da cidade. Não se tem produto preparado para ser desfrutado adequadamente”, explica. O resultado afeta no roteiro turístico e na oferta de produtos.

Entre os temas abordados, Peres ressaltou os problemas que podem surgir quando um centro de eventos é administrado por órgãos municipais ou federais.

“O novo empreendimento de Fortaleza não pode ser dirigido pelo Governo devido as pressões de várias entidades para a utilização do equipamento, gratuitamente”, diz Peres. A sugestão dele é a de que grupos do ramo turístico, como o Convention Bureau, assumam a administração desses espaços.

De acordo com a debatedora Margareth Pizzato, para o ano de 2011 estão planejados, no orçamento do Governo Federal, 280 novos equipamentos para serem construidos. “A Abraccef se pergunta: ´Será que vai ter eventos para tudo isso? Será que nós vamos conseguir dar vazão a isso ou vai ser uma guerra autofágica para se buscar os mesmos eventos e as cidades disputando entre si?´

A cidade destino tem que ter a vocação para turismo de negócios“, diz a acadêmica. “Não adianta construir um Centro para deixar sua marca na cidade ou na administração. Isso tem que ser pensado, planejado, discutido, analisado e pesquisado se nessa cidade a vocação de negócios realmente é o turismo de eventos”, completa.

De acordo com dados nacionais da Abraccef, 17.480 é a média anual de eventos que passam pelos centros de convenções do Brasil. Deste número, a região Norte representa 2,7%, o Nordeste 10,3%, o Centro-Oeste 5,77%, o Sudeste 54,44% e o Sul 27, 39%. No total, 28 milhões de pessoas participam destes eventos. Apenas na Região Nordeste são 2.792.000 pessoas. O número de empregos diretos gerados nessa cadeia chega a 17.346. Os impostos arrecadados estão na faixa de R$ 21 milhões/

Aviação Especialista aponta gargalos

“Bem-vindos a bordo de um voo para o futuro. Mas, turbulências devem acontecer até atingirmos o céu de brigadeiro”, disse o administrador de empresas José Wagner Ferreira ao iniciar a palestra sobre o tema “Os bastidores da crise aérea brasileira – O grande desafio para o futuro”. Há 38 anos atuando na aviação brasileira, o especialista mostrou estatísticas que confirmam a decolagem do número de usuários do transporte aéreo no País em rota de colisão com a carência de infraestrutura para atender a demanda.

Aeroporto de Fortaleza.

De acordo com o Wagner Ferreira, a estimativa era de que a quantidade de passageiros no transporte aéreo no Brasil chegaria a 154 milhões em 2012. Mas, esse número foi atingido já no ano passado. “Ou seja, estamos bastante atrasados em infraestrutura aeroportuária”, sentenciou, lembrando que a projeção atual aponta para um crescimento de demanda de 20% ao ano, o que resultará em algo em torno de 192 milhões de passageiros em 2014.

O País tem mais de 700 pontos para pouso e decolagem de aeronaves diversas, mas apenas 11 dos 67 aeroportos administrados pela Empresa Brasileira da Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) têm capacidade para suportar a movimentação de mais de dez mil passageiros/dia. Dados mostrados por Ferreira apontaram que o Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, tem capacidade para três milhões de passageiros/ano. Entretanto, já chegou à marca de cinco milhões/ano.

Os números apresentados por Wagner Ferreira sobre o aeroporto de Fortaleza foram corrigidos pela Infraero. O terminal tem capacidade para 6,2 milhões de passageiros/ano e movimentou pouco mais de cinco milhões de passageiros em 2010. A empresa informa que há horários ociosos para voos, sobretudo durante as manhãs.

“Para completar, estes terminais administrados pela Infraero não dispõem de áreas para expansão, estão operando acima do limite de capacidade e apresentam horários de pico de voos saturados. E mais: faltam aeroportos secundários e de médio e pequeno porte”, observou o atual diretor da JWF Gestão de Empresas e ex-presidente da Webjet e ex-vice-presidente da Vasp e da TAM.

Por outro lado, há 19 empresas aéreas registradas no País, mas apenas sete delas são responsáveis por 99% do mercado de aviação. As companhias têm investido em novas aeronaves. “Entretanto, a ação esbarra na precariedade de condições para a operação dos aviões nos aeroportos”, disse.

Segundo Wagner Ferreira, a demanda mais intensa pelo transporte aéreo no País começou em 2005 e tem sido impulsionada pelo crescimento da economia e a consequente facilidade de crédito, aliados à maior oferta de horários e frequências de voos, bem como a estratégia de tarifas promocionais por parte das companhias. Ele acredita que, se a infraestrutura não for melhorada, os usuários vão pagar mais caro para voar, levando em conta a lei da oferta e da procura.

Puxadinhos

Para o diretor da JWF Gestão de Empresas, a construção de “puxadinhos” nos aeroportos é uma solução paliativa e não pode se transformar em plano diretor dos terminais. Ele entende que os problemas nos aeroportos são de ontem, hoje e amanhã e estão sendo encobertos pela “cortina de fumaça” chamada Copa do Mundo. “A situação dos aeroportos nada tem a ver com a Copa. É uma questão prioritária de mobilidade social do País”.

Wagner Ferreira mostrou-se favorável à iniciativa do Governo Federal de criar a Secretaria de Aviação Civil e abrir os terminais para a iniciativa privada, mas defendeu regras a serem seguidas pelo empresariado interessado em investir. “É preciso estabelecer as regras do jogo porque construtoras, por exemplo, não sabem gerir aeroportos”. O especialista se disse preocupado também com a carência de pessoal especializado para o setor aéreo.

No momento da “aterrissagem”, Wagner Ferreira confessou ser um apaixonado pela aviação, mas destacou: “Na verdade, são muitos apaixonados. Mas, também, inconformados com a situação”, concluiu.

Skal de Fortaleza deu posse à nova diretoria

Em festa no La Maison, no dia 29/04, o Skal Internacional de Fortaleza empossou sua nova diretoria, reconduzindo a empresária Enid Câmara para o segundo mandato. O evento contou com a presença da presidente da Academia Brasileira de Eventos (ABE), Marisa Canton e de vários acadêmicos que vieram a Fortaleza para ministrar palestras no Seminário Técnico promovido pelo Skal e ABE. A festa teve apresentação de Maracatu, banda de música, homenagens e jantar.

Enid Câmara entrega comenda ao secretário adjunto de Turismo, Moacir Soares.
Circe Jane representou Zenilde Matoso em homenagem entregue por Marisa Canton.