Elsimar Gonçalves*
As redes sociais são hoje a base dos relacionamentos da Geração Y (nascidos após 1979) e também de uma grande parte da geração X (nascidos antes de 1979). Por meio das redes (Twitter, Facebook, Orkut, YouTube), somos capazes de criar amizades, namoros, compartilhar conhecimento e, por que não, negócios. No entanto, isso ainda gera contradições, afinal, junto com as redes sociais, ainda existe a sombra da improdutividade e da insegurança que ronda a internet.
Grande parte das empresas ainda restringe o acesso aos mecanismos “teens”, esquecendo que eles têm a capacidade de gerar conhecimento, numa velocidade nunca vista antes. Por isso, são fundamentais para as empresas. Tudo bem administrado, bem clarificado, pode gerar um bom retorno.
A participação das empresas nas redes sociais se torna cada dia mais vital, porém, só isso não basta. É preciso preparar os colaboradores para que essa liberdade não se torne abusiva. Recentemente, vimos um executivo perder o emprego por colocar um comentário inapropriado de um time de futebol.
O único detalhe é que a empresa que ele trabalha era patrocinadora deste time. Um dos problemas das redes sociais é que elas expressam emoções, diferente do mercado corporativo que se expressa pela razão.
É preciso estudar o público que queremos atingir e verificar se o produto da empresa cabe no “ideal” da rede social escolhida. As redes sociais são capazes de atender a todos os públicos – dos mais conservadores aos mais ousados. Algumas questões fundamentais precisam ser analisadas:
Qual a linguagem que esta rede usa (é formal ou informal)? O público espera um comentário de um curso ou uma promoção de determinado produto? Quais os assuntos mais frequentes de determinada rede? Já imaginou a reputação de uma empresa que envia “material de trabalho”, justamente, no dia em que a rede estiver debatendo lazer e balada?
Esse tipo de ferramenta acabou se tornando uma tendência. Temos uma nova geração que compartilha 100% de seu conhecimento e atitudes na internet. Chamo essa geração de “Y 2.0”.
Vejo, nas redes sociais, as pessoas perguntarem qual o livro legal para se ler no frio ou qual a cor do no carro X que mais se destaca na noite. Recentemente, vimos uma montadora colocar um “blog” para proprietários do carro X deixarem seus comentários sobre o veículo.
Enfim, estar nestas redes sociais, hoje, é uma questão de sobrevivência, não que isso seja fácil, a luta pelo melhor produto e atendimento ainda continuam acirradas, porém, as redes sociais são fortes influenciadores de opinião e marca.
Diz o ditado: “É preciso dez anos para se construir uma imagem e 10 segundos para destruí-la”. Esse aforismo tornou-se verdadeiro. Dez segundos é o tempo que se leva para causar um grande estrago numa rede social.
É preciso avaliar quem cuidará das informações que estarão nestas redes; quem administrará os possíveis conflitos que possam surgir; qual a estratégia comercial e de marketing que a empresa pretende usar.
Hoje, existem profissionais contratados só pra cuidar das relações com as redes sociais. Gostaria de lembrar que o público destas redes é formado pela “Geração Y 2.0”. Eles não têm papas na língua. Se gostam, falam pra todo mundo (nos mínimos detalhes); e se não gostam, idem.
*Elsimar Gonçalves é diretor de Operações e TI da Leme Consultoria.