Experiência de Marca

Vitrina também é cultura

Como você deve saber, o vitrinismo, segundo João De Simoni, pai do marketing promocional, no Brasil é uma das atividades desta disciplina de comunicação multifacetada. Nesse artigo, Patrícia Rodrigues, proprietária da empresa referência de visual merchandising Vitrina & Cia, divide sua visão sobre as diferenças culturais na vitrina.

Como você deve saber, o vitrinismo, segundo João De Simoni, pai do marketing promocional, no Brasil é uma das atividades desta disciplina de comunicação multifacetada. Nesse artigo, Patrícia Rodrigues, proprietária da empresa referência de visual merchandising Vitrina & Cia, divide sua visão sobre as diferenças culturais na vitrina.

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Para o consumo, a Copa pode ser uma faca de dois gumes: se o Brasil perde um jogo, ninguém compra. Se ganha, consome mais. A alegria de um jogo vencido interfere na auto-estima, faz o brasileiro acreditar mais no futuro e se arriscar mais. Quando o País se destaca em algo, aumenta o potencial de consumo.

“Eu posso comprar! Acredito num futuro melhor!”. Essa é a vulnerabilidade da temporada de Copa do Mundo. “O brasileiro consome o futebol, não tanto o produto”, diz Patrícia Rodrigues, proprietária da empresa Vitrina & Cia, nome-referência quando o assunto é visual merchandising.

O varejo cria grandes expectativas nesse período, mas quem se destaca mesmo é o setor de eletrônicos que passa por uma grande guerrilha. Os canais de TV e a própria TV, câmeras fotográficas, home theaters e filmadoras devem explodir em vendas e diga-se de passagem, devemos notar registros audiovisuais cada vez melhores na qualidade de imagem e som.

“Para a interpretação desse momento no PDV, a bola de futebol, a explosão das cores patriotas e a bandeira do País são as referências que o visual merchandising não pode fugir, mas podemos apostar na utilização de muito neon e de materiais mais tecnológicos”, complementa Patrícia.

Aqui no Brasil, precisamos de um grande evento esportivo como a Copa do Mundo para abusar do verde e amarelo, sem corrermos o risco de nenhuma “gafe”. Já a mentalidade dos americanos é bem diferente dos brasileiros. Durante o ano todo eles têm idolatria e orgulho do país, sendo bem comum encontrarmos em suas vitrinas, a bandeira norte-americana.

A vitrina é um reflexo do ambiente em que vive. Tem uma função social, urbanística e cultural que vai além das vendas. Através dela podemos fazer uma leitura ampla do macro ambiente de seu contexto. Um reflexo cultural de costumes locais. Não existe certo e errado, mas diferentes culturas para serem interpretadas no PDV.

Aqui no Brasil quando está tudo bem, “está tudo azul”, mas se dissermos isso em outro país não faz o mesmo sentido. Branco pra gente é paz, enquanto para alguns países do oriente é cor de luto. A matéria-prima encontrada facilmente no Sudeste para a produção de uma vitrina não é a mesma no Nordeste. Agora imagine o distanciamento cultural que acontece quando comparamos dois países?

As garotas de programa nas vitrines da Holanda refletem o comportamento mais liberal de seus habitantes, talvez em nenhum outro lugar do mundo isso seja encontrado por ser algo típico de uma cidade holandesa. A vitrina deve ter a responsabilidade de conhecer e estudar o comportamento de seu público para traduzi-lo em referências estéticas no PDV, assim “como um livro aberto descreve sobre um povo”, conclui Patrícia Rodrigues.

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