Experiência de Marca

O mágico que está dentro de nós...

E o circo parece ter se apossado dos meus textos. Mas o fato é que, sou premido pelos acontecimentos, escrevo quando algo me mostra que devemos nos posicionar.

Nos últimos dias, meses, tenho sido obrigado a atender os mais estranhos, impertinentes, indevidos e até mesmo agressivos pleitos de alguns clientes (bom deixar claro que existem clientes e clientes e que, é óbvio, não falo de todos, mas daqueles que se posicionam de forma indevida). Mas a coisa chegou a um ponto insustentável – acho que por culpa nossa mesmo. É hora de um basta.

Os briefings tem chegado com prazos cada vez mais RÍDICULOS, mal escritos e, não raro, sem sentido ou incompletos. Feitos de qualquer jeito, por gente que não sabe o que está fazendo ou escrevendo, mas que possui um empáfia de quem fez doutorado em Marketing e está no mercado há mais de 10 anos.

Semana retrasada, um amigo me ligou desesperado pois tinha recebido um briefing para uma festa com a missão de entregar o Projeto… (Adivinhem?) para o dia seguinte. O “cliente” pediu com 3D (Acreditem!). Disse que fez isso com outra Agência e que ela entregou um outro Projeto nesse mesmo prazo.

Expliquei ao amigo que não tinha como fazer o trabalho nesse prazo de jeito algum e que ele pedisse à cliente um prazo maior, de uns 3 ou 4 dias. Ele fez isso e a resposta me deu a luz de onde vinha o problema. Ela disse a ele: É só pegar um projeto que já tenha e adaptar pra mim.

Ora, quem teria dado esse “toque” no cliente? Quem, se não uma Agência, poderia ter dito, feito e produzido tal asneira? Alguém  que não dá o menor valor ao seu trabalho e, para atender esdrúxulos pedidos de quem não é organizado, não planeja, não se programa, acostuma mal um cliente. Pior, com um trabalho “genérico” que serve para qualquer um, para qualquer coisa, que faz da marca e do evento do cliente um coisa qualquer, qualquer coisa mesmo.

Nessa semana, outro amigo me narrou o caso de um cliente que aprovou peças, textos, artes na véspera do evento, mesmo ele os tendo enviado 4 dias antes, e, cobrador, asseverou a ele: Tem que ficar tudo perfeito, hein?

Mas a qual perfeição ele se referia? A da aprovação? A dos fornecedores que não dormem à espera de clientes sem compromisso com suas próprias marcas? A dos profissionais da Agência que viram a noite, trabalhando em horários cruéis que facilitam o erro por cansaço e esgotamento? Ou a de Deus?

Na verdade, o que esse clientes precisam (e pensam que nós somos.) é de um mágico, um mago, um gênio, daqueles para os quais se podem fazer 1.000 pedidos que, da cartola, da varinha e da garrafa, se fazem, realizados, tchum. Taí seu evento, sua ação, sua promoção, prontos antes que você diga: Upa, que coisa!

Somos mágicos? Ok, somos sim. Criativos brilhantes, produtores fantásticos, atendimento com um saco do tamanho do mundo e competência maior ainda. Mas nossa magia tem o limite da responsabilidade. Devíamos, com nossa mágica fazer desaparecer tanto os clientes, quanto as Agências irresponsáveis naquelas caixas que ficam no centro do palco, com luzes em back, fazendo sombra, cobertas por tecidos que denotam a transparência. Será lycra? Lycra não, tá demode, vuol. Ai, a gente não se livra dessa cachaça.

Escolham uma carta! Os olhos enganam. As mãos são rápidas e o que parece real pode ser pura ilusão. Vão sobrar no mercado os mágicos que sabem que mesmo o mais fantástico número de magia precisa de criatividade, trabalho, tempo para ser perfeita e uma produção competente para, na hora do abracadabra, o público ver o que a gente quer mostrar e não um fiasco que qualquer Mister M pode estragar.

Potentoso mago das Agências e clientes medíocres me diga como se faz essa mágica.