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US Open "transforma" torneio em cenário de dating show

Dating show intitulado "Game, Set, Matchmaker" amplia presença do US Open para fora do ambiente esportivo, mas reações não foram as mais favoráveis

O US Open anunciou uma atração diferente das acirradas partidas de tênis pelas quais tornou-se conhecido: o tradicional torneio fará a estreia de um reality show de namoro próprio. Batizado de “Game, Set, Matchmaker”, o programa será exibido no YouTube e faz parte da estratégia do torneio para ampliar sua presença na cultura pop e conquistar novas audiências fora das quadras.

A produção já está sendo gravada desde o começo de agosto, tirando proveito da Fan Week em Nova York; e acompanha a ex-patinadora artística Ilana Rae Sedaka em busca do par perfeito entre sete pretendentes. Os encontros — e eliminações — acontecem em meio a desafios inspirados no universo do tênis, com ambientação completa no complexo do US Open.

Entre o esporte e o entretenimento

O dating show do US Open marca a aposta da competição em uma tendência recente, onde marcas não endêmicas expandem suas ativações e interações de público para além de suas indústrias. Embora este caso mostre uma abertura que vai além do esporte, já se viu algo semelhante nas indústrias gastronômicas apostando em eSports, por exemplo.

O objetivo é até simples de entender: levar o US Open a um espaço cultural mais estratégico, engajando o público jovem e mais conectado ao mesmo tempo em que se aproveita do apelo forte do formato de. A ideia é engajar um público mais jovem e digitalizado, aproveitando o formato de dating shows — na maioria das plataformas de streaming, essa é uma categoria líder de audiência, com a quinta temporada de Love Is Blind, por exemplo, passando de 40 milhões de horas assistidas apenas na semana de estreia.

O US Open mira nesse apelo emocional, mas sem abrir mão do contexto esportivo: provas, interações e ambientações foram desenhadas para manter o DNA do tênis em destaque.

Reações divididas e impacto de marca podem reduzir experimento do US Open

US Open dating show
Imagem: Divulgação

A novidade, porém, gerou reações mistas. Enquanto parte do público vê a série como um aceno criativo à cultura contemporânea, fãs mais tradicionais do tênis demonstraram incômodo com a aproximação do torneio com formatos considerados “banalizantes”. Nas redes sociais, muitos compararam a ação a uma espécie de “Love Island nas quadras”.

A mensagem do público, inclusive, parece ter chegado à organização do torneio: o anúncio oficial do reality pelo site do US Open agora redireciona à home page da competição, e a página de notícias, ao menos até o fechamento deste texto, não trazia nenhuma menção ao material original.

Ainda assim, a movimentação revela um insight cada vez mais presente nas grandes plataformas esportivas: a partida já não começa no saque e termina no match point. Começa no conteúdo, no enredo e nas conexões emocionais que se criam ao redor da quadra. E é nessa nova narrativa que o US Open tenta marcar ponto — mesmo que seja no coração da audiência.