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Venda do TikTok para Oracle e Walmart é arquivada nos EUA

A Casa Branca não comentou a informação, mas segundo as fontes, o caso não foi necessariamente encerrado.

O acordo entre TikTok, Oracle e Walmart, que previa que as empresas americanas assumissem a operação do app chinês nos EUA, foi arquivada indefinidamente pela atual administração do presidente Joe Biden, segundo fontes ouvidas pelo Wall Street Journal.

A Casa Branca não comentou a informação, mas segundo as fontes, o caso não foi necessariamente encerrado. O arquivamento significa que a atual administração prefere conduzir sua própria investigação, ao invés de seguir pelas diretrizes estabelecidas nas ordens executivas assinadas pelo ex presidente Donald Trump em agosto de 2020 – amplamente criticadas por juristas e opositores políticos.

Leia também: Tribunal Federal dos EUA adia proibição do TikTok no país.

No início de agosto, Trump acusou a ByteDance de vender informações de usuários americanos do TikTok, o app de quem a empresa é dona, para o governo chinês. 

Com base nisso, o ex presidente assinou uma ordem executiva de emergência que, a grosso modo, buscava forçar a empresa chinesa a vender as suas operações nos Estados Unidos para “uma empresa bem americana”.

Eventualmente,-a ByteDance pareceu entrar em acordo com a Oracle e Walmart para que elas conduzissem a operação local. O negócio, porém, estava travado há meses porque as empresas em questão – e Trump – queriam que a gigante chinesa concedesse acesso ao algoritmo do app, que é uma tecnologia proprietária.

Ainda no radar dos EUA

Em dezembro de 2020, um juiz federal determinou que Donald Trump abusou de seus poderes emergenciais e ordenou que o acordo fosse paralisado. Agora, a administração do novo presidente, Joe Biden, arquivou tudo isso.

“Nós planejamos criar uma abordagem compreensiva para assegurar os dados americanos que sejam pertinentes a todo o escopo de ameaças que enfrentamos.”, disse, sem citar diretamente o caso, a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Emily Horne. 

“Isso inclui o risco potencialmente trazido por apps chineses e outros softwares que operem nos EUA nos próximos meses. Nós buscamos revisar casos específicos a fim de entender completamente os riscos que enfrentamos.”, conclui.

O TikTok é provavelmente o maior caso de sucesso frente ao confronto governamental em 2020. No ano passado, segundo a Bloomberg, o app gerou US$ 35 bilhões (R$ 188,32 bilhões na conversão direta) para a ByteDance, apesar de toda a briga com Donald Trump. 

Com o arquivamento das diretrizes anteriores, o TikTok não está necessariamente fora do radar norte-americano, mas ao menos a administração atual admite que as análises futuras serão feitas com mais “pé no chão”.