Experiência de Marca

TransEmpregos amplia presença nas grandes empresas

Trabalho desenvolvido por Maitê Schneider capacita pessoas trans para inserção no mercado de trabalho.

Tratado como modismo por muitos o tema da diversidade tem encontrado espaço de diálogo, e, principalmente, oportunidades no mundo corporativo.

O Promoview tratou de colaborar neste sentido e trouxe um editorial sobre o assunto assinado pela Cindy Feijó na edição 2019 do Anuário Brasileiro de Live Marketing.

O lançamento do livro contou com uma painel de discussão, e, ao buscar convidados para o encontro, o caminho do maior portal de Live Marketing do País cruzou com o projeto TransEmpregos.

Equipe Promoview e do projeto Transempregos comemoram durante o Lançamento do Anuário 2019.
Equipe Promoview e do projeto Transempregos comemoram durante o Lançamento do Anuário 2019.

As últimas novidades do mercado de live marketing estão aqui.

Leia também: O potente caminho da união para uma real inclusão.

E chamou a atenção o alcance que este projeto vem encontrando no mercado. Além da presença da Dra. Marcia Rocha, a primeira advogada trans a conseguir colocar seu nome social na carteira da OAB como principal palestrante, o lançamento do Anuário Promoview contou com uma equipe de oito recepcionistas e garçons contratados por meio do TransEmpregos.

“O planejamento para realizarmos esta ação nos colocou de frente com Maitê Schneider.”, comenta Julio Feijó.

Maitê, ao lado da Dra. Marcia Rocha, da cartunista Laerte Coutinho e da psicanlista transgênera Dra. Letícia Lanz, fundou o TransEmpregos em 2013 com o objetivo de aproximação ao corporativismo para inserção de pessoas trans no mercado de trabalho formal com o intuito de garantir emprego e dignidade para vários cidadãos e cidadãs que eram excluídos do processo de seleção das empresas brasileiras, pelo simples fato de terem uma identidade e/ou orientação diferente da maioria das outras pessoas.

Julio Feijó, Dra. Marcia Rocha e Cindy Feijó no lançamento do Anuario. Publicação tratou da diversidade no editorial
Julio Feijó, Dra. Marcia Rocha e Cindy Feijó no lançamento do Anuário. Publicação tratou da diversidade no editorial.

Na teoria, especialmente nos dias de hoje, lindo! 
Na realidade do dia a dia de quem enfrenta com seriedade a situação, Maitê ainda enfrenta muitos obstáculos e desafios, da fundação do projeto até os dias de hoje onde a sociedade começa aos poucos a perceber a necessidade de uma mudança de atitude.

Atualmente, muitas portas se abrem, mas o projeto enfrenta outros desafios.

“Inicialmente o TransEmpregos tinha como função juntar currículos de pessoas trans do Brasil inteiro e apresentá-los nas empresas para possíveis contratações. Não buscávamos vagas exclusivas para pessoas trans, mas inclusivas, e que estas pessoas pudessem ser analisadas pelo RH das empresas e que não sofressem preconceitos e discriminações neste processo, só por conta de sua identidade de gênero.”, explicou Maitê em entrevista ao Promoview.

 Projeto Transempregos insere pessoas trans no mercado de trabalho.
 Projeto TransEmpregos insere pessoas trans no mercado de trabalho.

Atualmente, além destas funções, Maitê orienta as empresas que querem fazer mudanças neste sentido. Várias delas estão indo além da parceria e contratações e estão desenvolvendo projetos e ações para que esta mudança possa acontecer.

“Com o tempo e experiência, fomos percebendo que esta ação não era suficiente, pois as empresas não possuíam, muitas vezes, um ambiente acolhedor e que entendesse e respeitasse a diversidade que almejava incorporar no seu dia a dia. Começamos um segundo passo, no sentido de capacitar e ajudar a construir este ambiente de trabalho mais humano e que fosse mais inclusivo para as diversidades.”, disse.

Caso não consiga visualizar o vídeo clique aqui.

Sobre o atual momento da sociedade, ela vê com reservas alguns movimentos. “Muita gente está fazendo a lição de casa pela metade. Em busca de retorno midiático, CEOs estão assinando termos e pactos com a comunidade para pintar tudo com as cores do arco-íris, fazendo cartilhas e promovendo festas. São ambientes que se dizem inclusivos, que ganham prêmios e mais prêmios e se dizem LGBT. O que vejo? A maioria de gays brancos, cisgêneros e que parecem que frequentam até a mesma barbearia. Raras mulheres lésbicas. Bissexuais quase não aparecem. E profissionais transgêneros, raramente, muito raramente mesmo, estão sendo contratados.”, comenta Maitê.

Ativista, Maitê e seu grupo de colaboradores seguem altivos nesta missão. E dá uma dica para quem pretende mudar de atitude: “Sei que pode parecer complexo. Mas tomar consciência que você não é inclusivo é um ótimo novo início. E como sugestão, parar de dizer que faz inclusão LGBT sem ter pessoas transgêneras. Fale, quando muito, fazer inclusão GLB (bem nesta ordem).”, conclui.

Certamente, sem ser este seu objetivo, a iniciativa de Maitê ao lado de suas companheiras já entrou para a história da luta contra o preconceito e a favor da inclusão no País.