Mídia

Publicidade ainda pode ser chamada assim?

Um dia desses me lembrei que publicidade significa “tornar público”, ou seja, comunicar algo de uma maneira que todos possam receber essa mensagem.

Um dia desses me lembrei que publicidade significa “tornar público”, ou seja, comunicar algo de uma maneira que todos possam receber essa mensagem.

Hoje, com todas as ferramentas digitais, principalmente falando em mídias sociais, virtualmente qualquer um pode tornar público seu almoço, seu fim de semana ou sua última visita ao veterinário.

Sob essa ótica, podemos dizer que nossa profissão virou “carne de vaca”. Em termos de “tornar pública” uma mensagem, qualquer adolescente publica um vídeo no Instagram com grandes chances de conseguir mais views que uma campanha on-line de uma grande marca.

Então, é isso?! Vamos desistir? Acabou? Morreram as agências, os anunciantes e toda a profissão junto com ela?

A meu ver, não. Definitivamente não. Mas talvez possamos imaginar que nossa profissão agora é outra. Não que mudemos de profissão, mas podemos começar mudando o nome que damos à nossa profissão, ao menos no nosso currículo ou no nosso portfólio. Digo isso pois nosso trabalho não é “tornar público”, nosso trabalho é “ser relevante”.

– Mas, então, agora eu serei um “relevanticitário”.

Não precisamos complicar tanto, basta nos apresentarmos como “comunicadores”. Não diz tudo, mas diz o suficiente e, certamente, diz mais que “publicitário”.

Com tanto conteúdo on-line, tantos canais, VoD’s, podcasts, memes, youtubers e instagrammers, nossa batalha diária é entender por que alguém daria atenção ao que eu tenho a dizer em nome de uma grande marca. E como comunicadores, entendemos que temos tantas ferramentas a nossa disposição quanto as demais pessoas.

Pare de pensar em ferramentas e, quando precisar validar uma das maravilhosas ideias que teve em um brainstorm, pergunte-se duas coisas: em qual contexto estou inserido? E, dentro desse contexto, qual é a forma mais interessante de dizer o que tenho a dizer?

Comunicação pressupõe emissor, receptor e uma mensagem partindo de um em direção ao outro. É mais ou menos como jogar uma bola para alguém pegar: se a pessoa não estiver prestando atenção, não importa se você jogou no meio do rosto ou um metro a cima da cabeça: na melhor das hipóteses, você acerta a pessoa em cheio e ela fica com raiva de você; na pior, ela nem ao menos se lembra que em algum momento você teve uma bola para jogar.

Pense nisso. Pense no contexto. Assuma como seu concorrente qualquer um que queira comunicar qualquer coisa dentro daquele contexto e direcione sua energia criativa em ser interessante dentro desse contexto. Pergunte-se por que seu receptor daria atenção a você, à sua mensagem, ao seu cliente. Por fim, lembre-se de que outros também querem a atenção dele, e que ele tem mais o que fazer do quer dar essa atenção a você ou a qualquer um.