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Por que as pessoas estão aderindo às assinaturas de celulares?

Já consolidada lá fora, a modalidade chegou em um país onde há mais celulares do que pessoas e caiu no gosto e no bolso dos consumidores que agora prezam muito mais pelo uso do serviço do que pela posse do produto.

Leticia-Bufarah

Economia circular, facilidade na troca de um aparelho, acesso a modelos de última geração e serviços agregados com desconto estão entre as vantagens para quem adere às assinaturas de smartphones nos dias de hoje, ou em outras palavras, ao Phone as a Service

Já consolidada lá fora, a modalidade chegou em um país onde há mais celulares do que pessoas (são 242 milhões de smartphones em uso no Brasil, ou seja, mais de um aparelho por habitante, segundo a FGVcia) e caiu no gosto e no bolso dos consumidores que agora prezam muito mais pelo uso do serviço do que pela posse do produto. Não é por acaso que Netflix, Spotify e outros streamings e serviços que sucumbiram à recorrência seguem a todo vapor. 

Para se ter uma ideia do potencial, um levantamento on-line do Capterra, publicado no último trimestre de 2022, mostrou que 9 em cada 10 entrevistados (94%) possuem algum tipo de assinatura. Entenda os principais motivos dessa preferência: 

Flexibilidade no preço e no uso do aparelho 

Atualmente, quem opta pela assinatura de celulares pode escolher entre aparelhos novos e “como novos”. Os equipamentos renovados, ou “como novos”, correspondem a celulares ou eletrônicos usados, mas que passaram por um processo de renovação. Ou seja, ganharam sobrevida porque receberam peças novas e foram reconfigurados e remontados conforme os padrões de fábricas. Com isso, voltam a ter garantias e chegam ao consumidor com preços mais acessíveis. 

Ainda nesse modelo de negócio, ao final do período contratado, o consumidor tem a opção de renovar a assinatura e continuar com o mesmo aparelho, recebendo um desconto por isso, ou trocar por um modelo mais novo todo ano. E ainda, com maior tempo de fidelidade, pode formalizar a compra ou simplesmente cancelar a assinatura e devolver o dispositivo sem custos. 

Serviços agregados 

Algumas empresas ainda garantem seguros contra roubo e danos físicos já incluídos no valor da mensalidade e, ainda, um kit composto por película e capa protetora é enviado com o celular de forma gratuita. Vale ressaltar: o aluguel de smartphones, também muito evidenciado nos últimos tempos, não é o mesmo que aderir à assinatura de celulares. Enquanto o primeiro está relacionado apenas ao acesso ao produto (como no caso da locação de um imóvel), o segundo oferece, além do item, um combo de serviços agregados – proteção e acessórios (como a Airbnb, por exemplo, que além do imóvel, inclui na contratação mobiliário, internet, energia elétrica, água, gás etc.). 

Custo-benefício e acesso a aparelhos de ponta 

Independentemente do plano de assinatura escolhido, ao invés de pagar por um celular novo em parcelas que levariam um, dois, três anos ou mais enquanto o aparelho se desvaloriza, é possível ter em mãos um smartphone top de linha a um preço bem mais acessível, como o iPhone 12 Pro Max e o iPhone 13, por exemplo, que sairiam, por ano, pouco mais de 30% do valor total do produto. Sem levar em conta que não existe o trabalho de procurar revender o item, em busca de algum lucro. Além disso, a assinatura mensal não compromete o limite do cartão de crédito porque a cobrança da mensalidade é lançada de maneira recorrente (mês a mês). Já para aqueles que preferem a assinatura anual, o valor é reservado no limite e pode ser parcelado em até 12x sem juros, recebendo descontos adicionais nesta modalidade. 

Modelo de negócio sustentável: start para o consumo consciente 

O consumidor não é o único que sai ganhando com a assinatura de celulares: o meio ambiente também agradecem. Isso porque ao escolher esse modelo de negócio que privilegia a economia circular, é possível contribuir para reduzir o lixo eletrônico do mundo, que chegará a 74 milhões de toneladas em 2030, conforme os dados do Monitor Global de Lixo Eletrônico 2020, da ONU – quase o dobro dos índices atuais.

*Letícia Bufarah é head de Marketing da Leapfone, startup do segmento de Phone as A Service.