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Parada LGBTQIA+ de Nova York bane polícia do evento até 2025

Organização afirmou que presença de policiais é ameaçadora para o público.

Os organizadores da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Nova York proibiram o Departamento de Polícia de Nova York de participar do desfile anual de junho e agiram para reduzir a presença dos agentes no evento, alegando que sua aparência ameaçava membros da comunidade.

“A Parada do Orgulho de NY busca criar espaços mais seguros para as comunidades LGBTQIA+ e BIPOC [pessoas indígenas e negras, na sigla em inglês] em um momento em que a violência contra grupos marginalizados, especificamente comunidades BIPOC e trans, continua a aumentar,” disse a Heritage of Pride, organização sem fins lucrativos que planeja eventos do Orgulho de Nova York, em um declaração no sábado.

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“A sensação de segurança que os policiais devem proporcionar pode ser ameaçadora, e às vezes perigosa, para aqueles em nossa comunidade que são frequentemente alvos de força excessiva ou sem motivo.”

“A Parada de NY não está disposta em contribuir de nenhuma forma para criar uma atmosfera de medo ou dano para os membros da comunidade.”

Foto:-Steven Pisano

LGBTQIA+ refere-se a grupos de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, questionadores, intersexuais e assexuais, e BIPOC serve para designar pessoas negras ou de outras etnias. 

A Heritage of Pride disse que está proibindo a polícia nos eventos da Parada de Nova York até 2025, quando a decisão será revista.

Os organizadores do evento disseram que não precisam mais da segurança do departamento de polícia de NY. Em vez disso, esses serviços serão realocados para “segurança privada treinada, líderes comunitários e voluntários”, diz o comunicado. 

A Heritage of Pride disse que acionará a polícia de NY “apenas quando for absolutamente necessário” e “conforme determinado pelas autoridades municipais”, de acordo com o comunicado.

O porta-voz do Heritage of Pride, Dan Dimant, disse à CNN no sábado que a organização trabalha com o NYPD há mais de 25 anos.

“Sempre houve agressão por parte dos agentes de aplicação da lei e isso tem sido um problema na comunidade há anos”, disse Dimant. 

“Nos eventos do ano passado, com protestos contra George Floyd , houve muitos desentendimentos com a polícia de NY, então começamos a pensar muito sobre essa decisão.”

O anúncio vem mais de um mês antes da marcha anual, marcada para 27 de junho deste ano. As primeiras marchas do Orgulho LGBTQIA+ começaram como protestos um ano após os distúrbios de Stonewall em 1969, quando a polícia de NY invadiu um bar frequentado pelo público gay no Greenwich Village, de Manhattan, em um momento em que a polícia perseguia rotineiramente pessoas e estabelecimentos.

A Parada LGBTQIA+ do ano passado – no aniversário de 50 anos do evento – foi cancelada e realizada virtualmente devido à pandemia de Covid-19. O tema do evento deste ano é “A Luta Continua”.

Enquanto os detalhes do evento ainda estão sendo discutidos com os organizadores e funcionários da cidade de Nova York, Dimant disse que espera ter um componente presencial, bem como uma apresentação virtual.

Um porta-voz da polícia de NY disse que a exclusão da polícia dos eventos é “desanimadora”.

“Nosso trabalho anual para garantir uma temporada de Orgulho LGBT segura e agradável tem sido cada vez mais adotada por seus participantes.” 

“A ideia de os policiais serem excluídos é desanimadora e vai contra nossos valores compartilhados de inclusão e tolerância”, disse a detetive Denise Moroney em um comunicado. 

“Dito isso, ainda estaremos lá para garantir a segurança do tráfego e boa ordem durante este evento enorme e complexo.”

A Gay Officers Action League, ou GOAL, uma organização que representa os oficiais LGBTQIA+ na polícia de NY, disse que os organizadores do evento estão tomando o “caminho mais baixo”

“A Heritage of Pride está bem ciente de que a cidade não permitiria que um evento de grande escala ocorresse sem a presença da polícia. 

Portanto, sua resposta à pressão dos ativistas é seguir o caminho mais baixo, impedindo que os outros membros da comunidade celebrem suas identidades e honrem o legado compartilhado dos motins de Stonewall”, disse o presidente da GOAL, Brian Downey, em um comunicado na sexta-feira.