Experiência de Marca

No limite da referência

Hoje, quando falamos em criação e em cenografia para eventos, percebo que o grande desafio é a concepção de projetos inspirados em diversas ideias, e não copiados.

Hoje, quando falamos em criação e em cenografia para eventos, percebo que o grande desafio é a concepção de projetos inspirados em diversas ideias, e não copiados. Isso porque há alguns anos, quando recebíamos pedidos de projeto, as referências que sempre ajudam a construir uma ideia, um conceito, uma forma, eram bem limitadas.

Corria-se para revistas, fotos e  livros que, ou vinham de viagens, quando se tinha a oportunidade de trazê-los, pois não eram baratos, ou eram vendidas por livreiros que visitavam os escritórios periodicamente trazendo livros com as novidades de design e arquitetura do que acontecia pelo mundo.

Somado ao repertório pessoal das pessoas envolvidas no trabalho, desenvolvíamos pranchas, com fotocópias – primeiro PB e depois vieram as coloridas, croquis, ilustrações – feitas pela equipe, ou por um ilustrador profissional, quando possível, e maquetes.

E o projeto se fazia, era apresentado, e todos partilhavam na imaginação do que se conseguia mostrar. Sim, poderia haver uma certa dificuldade de abstração e entendimento de alguns, mas havia por outro lado a confiança de que o time que estava apresentando tal ideia, sabia bem o que estava falando e propondo. E o trabalho fluía  e acontecia.

Falo de 20 anos atrás, aproximadamente. Hoje, todos sabemos da velocidade na busca de imagens, dados e referências que a internet nos trouxe. 

O acesso a essa infinidade mostra o lado colaborativo e criativo de nossos parceiros e clientes. E os pedidos de projeto vêm recheados de caminhos estéticos, referências de diversos sites, às vezes múltiplos partidos estéticos que podem ser adotados para um único projeto. E, tudo bem, vamos somando experiência, e trabalhando a 4 ou mesmo 6 mãos nos projetos.

No entanto, percebe-se também o uso de referências de modo raso, muitas vezes sendo simplesmente copiado e não sendo usado como inspiração. Já me deparei com mensagens de pessoas me perguntando que material usamos em tal projeto, e usaram a mesma ideia, somente em escala menor – sendo que foi publicado em um site de arquitetura com toda a explicação técnica. E também outras situações onde vimos cenários executados exatamente como a referência de um projeto feito em algum canto do mundo.

 Na velocidade em que tudo acontece, muitas vezes essa situação passa despercebida. E cópias e mais cópias vêm sendo feitas, a título de seguir a referência recebida. É por isso que constatamos aqui no escritório que o grande desafio é a concepção de projetos inspirados em diversas ideias, e não copiados . É uma linha de divisão que está cada vez mais tênue.