Experiência de Marca

Mercado de turismo com boas projeções

A exceção é o mercado de turismo receptivo, que em razão da valorização do real frente ao dólar, torna o produto Brasil caro demais para estrangeiros.

Nos últimos dois anos, o mercado de turismo experimentou uma conjunção de fatores que estabeleceram fundações para uma oportunidade sem precedentes de desenvolvimento e crescimento. A inserção de expressiva e nova camada da sociedade no mercado consumidor, resultado das ações de distribuição de renda, somadas ao impulso na economia do Governo Lula, acumulada com as perspectivas da realização da Copa do Mundo (14) e das Olimpíadas (16) no País, resultou em índices de crescimento chineses.

O fenômeno está nas várias áreas da atividade: agenciamento de viagens, operações turísticas, transporte aéreo, locação de veículos, cruzeiros marítimos, serviços de hospedagem e receptivos. A exceção é o mercado de turismo receptivo, que em razão da valorização do real frente ao dólar, torna o produto Brasil caro demais para estrangeiros, obrigando os operadores a usarem a criatividade para competir com produtos mais baratos e o apelo da viagem internacional, no caso dos brasileiros.

Entretanto, o Ministério do Turismo prevê que o número de visitantes estrangeiros no Brasil vai crescer progressivamente até 14. Só no ano da Copa, o País aguarda receber oito milhões de visitantes, sendo 600 mil deles apenas no mês do mundial. O número de brasileiros que devem viajar pelo País durante o evento esportivo deve chegar a três milhões.

No ano passado, as agências de viagens já registraram crescimento de 21% no mercado emissivo de viagens internacionais e de 17% nas viagens domésticas, com expectativa de que se repitam índices semelhantes em 2011, com maior ênfase no aumento da demanda por viagens nacionais.

Os cruzeiros marítimos revelam números mais impressionantes; pois saímos de um mercado em torno de 140 mil passageiros, na temporada 2004/05, para mais de 800 mil em 2009/10. As empresas marítimas estimam que, na atual temporada de verão 2010/11, tenhamos superado o emblemático volume de um milhão de passageiros. Sob a ótica da hotelaria, mais oportunidades de emprego são criadas, com dezenas de bilhões de dólares investidos no País, com vistas à expansão e adequação da oferta nacional – medida, aliás, necessária para suprir a demanda ao longo dos megaeventos que se anunciam.

Só para citar um exemplo, a ocupação hoteleira na cidade de São Paulo chega a 95% durante a semana e fica, entre 45% e 60%, durante os finais de semana. São os reflexos da gerados pelo aumento da demanda por viagens de negócios e eventos corporativos. Segundo os indicadores econômicos, o mercado de viagens corporativas movimentou em 2010 mais de R$ 21,2 bilhões, um salto de 20,43% em relação a 2009.

As companhias aéreas, do mesmo modo, experimentam crescimento expressivo, com sólida tendência de aumento de oferta e demanda pelos próximos cinco anos. Todo esse movimento levou o sistema ao nível máximo de utilização e a pressão expôs toda a vulnerabilidade e as deficiências de infraestrutura, gerando incômodos aos passageiros, estabelecendo tensão e perdas financeiras nas relações. É exatamente por isso que nos defrontamos com o desafio de nos preparar para aproveitar, de maneira efetiva e duradoura, as oportunidades que se apresentam.

Aos empresários e líderes institucionais do mercado de turismo cabe a hercúlea tarefa de conduzir o esforço de criar e adequar a infraestrutura necessária para atender toda a demanda que se divisa, a despeito das inúmeras dificuldades que implicam ações que dependem e exigem diligência do Poder Público.

A mudança no comportamento do consumidor impõe aos integrantes da cadeia de prestação de serviço do mercado de viagens e turismo novos padrões de atendimento, o que implica imediata e urgente elevação nos níveis de especialização e profissionalismo.

O mercado de seguros, juntamente com as empresas de assistência aos viajantes, tem participado ativamente desse movimento, oferecendo produtos que buscam atender as necessidades dos passageiros, com coberturas de cancelamento, assistência médica e perda de bagagem entre outros sinistros, assim como das agências de viagens e operadoras de turismo, com um Programa de RCP. Ou seja: seguro de Responsabilidade Civil Profissional.

O cumprimento das exigências levará à elevação do nível de prestação de serviços, pois esse processo exige amadurecimento e mudança de atitude de todos os players, no sentido de garantirem a satisfação dos passageiros, assumindo sua parcela de responsabilidade quando as coisas não saírem de acordo com o que foi combinado. A oportunidade já se apresentou, os desafios estão colocados, assim como os caminhos e os meios para atingirmos o objetivo.

Fonte: Panorama Brasil.