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Empiricus com sua Bettina cai no radar do Conar e Procon

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária abriu na sexta-feira, 22 de março, uma representação ética contra anúncios veiculados pela empresa.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária abriu na sexta-feira, 22 de março, uma representação ética contra anúncios veiculados pela empresa.

Entre as propagandas que são alvo da representação estão as campanhas “Oi. Meu nome é Bettina…”

As principais novidades do universo da propaganda estão aqui.

Leia também: Conar mantém punição por anúncio da Netflix.

No vídeo, a jovem Bettina alega ter amealhado mais de 1 milhão de reais em três anos depois de começar a investir com somente 1.520 reais.

Outros anúncios em vídeo da Empiricus também são alvo do Conar: “Dobre seu salário em tempo recorde”, “+251 todos os dias na sua conta”, “Receba todo mês 1.823,53 reais de aluguel”, “Milionário com ações” e “O dobro ou nada”.

Segundo o Conar, a representação foi aberta a partir de “Numerosas denúncias de consumidores, que questionaram a veracidade das afirmações contidas nos vídeos, prometendo sem maiores explicações rentabilidade elevada para investimentos financeiros”

As primeiras críticas surgiram nas redes sociais, a partir de economistas que questionavam a tese de Bettina, e até desafiavam a Empiricus a provar os rendimentos dela. O relator do caso, que ainda não foi nomeado, será um dos integrantes do Conselho de Ética do Conar.

Cabe ao conselho analisar se a propaganda viola o Código de Autorregulamentação Publicitária. Depois do sorteio do relator, a empresa terá dez dias para apresentar sua defesa, ou, se achar mais interessante, remover as propagandas.

Não há prazo para o julgamento, mas casos de grande repercussão costumam ser julgados em dois meses, segundo o site jurídico Jota.

O Conselho de Ética pode estabelecer, por exemplo, que a publicidade é enganosa, o que é muito ruim para a reputação do anunciante. Além disso, o conselho pode também recomendar a sustação do anúncio, advertir o anunciante, e, em casos extremos, fazer uma censura pública – decisão raramente tomada pelo Conar.

As decisões de primeira instância do Conar, se forem punitivas, precisam ser implementadas o mais rápido possível pelo anunciante, ainda que a empresa recorra desta decisão.

Na terça-feira, 19 de março, o Procon de São Paulo notificou a Empiricus sobre o anúncio. A empresa já esteve envolvida em polêmicas sobre a estratégia de marketing utilizada.

Na época, três analistas tiveram seus registros suspensos por serem acusados de propaganda enganosa, que não alertaria o cliente sobre os riscos dos investimentos feitos.

Em comunicado enviado à nossa redação, a Empiricus fez o seguinte comentário sobre o assunto:

"A Empiricus não foi notificada sobre qualquer representação do Conar. A empresa respeita a instituição, mas não é a ela associada. A Empiricus lamenta que seu trabalho de educação financeira, que possibilita que os brasileiros aprendam e usufruam de uma ampla diversidade de aplicações que podem aumentar os seus rendimentos, seja alvo de uma representação. A comunicação da empresa replica o modelo amplamente disseminado de publicidade de empresas de publicações financeiras dos Estados Unidos, país onde o acesso a produtos financeiros é democratizado e amplamente desbancarizado."