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AutoShow Collection deixa o Sambódromo do Anhembi

A mudança de endereço não apenas abandona uma marca registrada do evento, como também é acompanhada de um imbróglio jurídico.

Um dos encontros de veículos clássicos mais tradicionais de São Paulo, o AutoShow Collection deixará o Sambódromo do Anhembi após um ano de recesso, imposto pela pandemia de Covid-19.

“Tínhamos feito o calendário com os clubes. Estavam na agenda a Noite do Opala, Noite do Fusca, Noite da Autolatina, Noite do Jeep, entre outros. Mas nem conseguimos estrear.”, lamenta Eduardo Ribeiro, diretor da Matel Produções, organizadora do evento.

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Realizado desde 2002 no emblemático cartão postal da cidade, o evento seguirá para o vizinho Expo Center Norte quando (e se) a Capital alcançar a fase verde do combate à pandemia. Por ora, não há previsão de retorno.

Lá no Expo Center Norte se realiza desde outubro o Feirão AutoShow, também da Matel, dedicado a compra e venda de veículos.

Contudo,-a mudança de endereço não apenas abandona uma marca registrada do evento, como também é acompanhada de um imbróglio jurídico entre a Matel e a SPTuris, administradora do Anhembi – a primeira reclama que a segunda quebrou o contrato de uso do espaço, que expiraria apenas em abril de 2022, e que cobrou indevidamente seis meses de aluguel.

“A SPTuris só veio a responder a notificação de rescisão do Contrato no dia 22 de setembro de 2020, totalmente fora do prazo previsto na cláusula 10.1 (doc. 18), fingindo-se de morta em relação aos fatos expostos pela Matel e insistindo na esdrúxula cobrança dos alugueres correspondentes aos meses de paralisação impostos pela pandemia do novo Coronavírus (Abril, maio, junho, julho, agosto e setembro), no delirante valor de R$ 576.220,22.”, diz a petição inicial à que esta coluna teve acesso.

A empresa oficial de turismo e eventos da cidade retruca:

“Em razão da pandemia do Covid-19, o último evento foi realizado em março de 2020. Ocorre que, enquanto ainda se negociava a adequação (tanto comercial quanto operacional) da feira à realidade pandêmica, a SPTuris foi surpreendida, em outubro de 2020, por notícias veiculadas pela imprensa de que a Matel transferiria a feira para outro local, e, na mesma oportunidade, ajuizou demanda judicial objetivando a rescisão contratual. A SPTuris lamenta a forma a adotada, pois são 42 anos de relação com a organizadora Matel, e a melhor solução seria uma saída consensual. A SPTuris também discute judicialmente os prejuízos causados pela inesperada saída, assim como os débitos pendentes”.

E a Matel devolve:

“Temos dez notificações extrajudiciais pedindo para renegociar os aluguéis. Em agosto ficou acertado que pagaríamos o valor mínimo do aluguel, só faltava um ok da SP Turis. Mas, nada de resposta.”, contesta Ribeiro.

Enquanto Matel e SP Turis brigam na Justiça, a GL events ensaia a assinatura de contrato que lhe concederá o uso do Anhembi. O que a nova detentora do espaço fará ali é desconhecido.

Foto: Reprodução.