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Beira-Rio: confira os pós e contras do jogo-teste

O primeiro jogo depois do fechamento para a reforma foi em um estádio ainda operando parcialmente. Confira alguns pontos que foram testados na partida entre Inter e Caxias.

O primeiro jogo depois do fechamento para a reforma foi em um Beira-Rio ainda operando parcialmente. Confira alguns pontos que foram testados na partida entre Inter e Caxias.

Filas

Quem chegou antes da abertura dos portões, às 17h30, formou uma longa fila que se derramava pela rua A. Tudo esteve tranquilo até às 18h, quando o contingente de torcedores aumentou e outras filas começaram a se formar junto à principal. Assim, os que chegaram cedo acabavam esperando mais tempo do que os outros.

A principal reclamação foi a falta de orientadores na área externa do Beira-Rio – como não podia cruzar a rua em direção ao Parque Marinha, a fila acabava serpenteando e se misturando, o que causou confusão entre torcedores.

Falta pouco para o Beira-Rio ser considerado um estádio 'padrão Fifa' (Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS).
Falta pouco para o Beira-Rio ser considerado um estádio ‘padrão Fifa’ (Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS).

“Não é só gente furando fila, falta alguém do clube organizando. Tem fila para tudo quanto é lado”, disse André Vitorino, 46 anos de idade, comerciante.

Houve gente que levou duas horas para entrar. A situação ficou mais tensa próximo ao início do jogo, quando a revista no segundo brete, montado já dentro do pátio do estádio, foi acelerada.

Ingresso

O sistema que exigia vouchers e carteirinha funcionou bem: a conferência era rápida e a entrada no estádio, simples. Quem veio acompanhado de crianças sem ingresso era encaminhado para o centro de atendimento ao sócio.

Circulação

O corredor interno do anel inferior do Beira-Rio é amplo e permite boa circulação entre bares, banheiros e arquibancada.

Banheiros

Nos quatro banheiros masculinos e quatro femininos, houve filas apenas eventuais e a maior parte tinha duas portas, para facilitar a circulação. Poucos mictórios entupiram, mas sem causar problemas. Havia sanitários infantis e para pessoas portadoras de necessidades especiais. O sistema hidráulico funcionou também nos vestiários.

Bares

Em quantidade suficiente (20 pontos), funcionaram em sistema provisório, vendendo apenas alimentos que não precisavam ser preparados na hora:

Refrigerante: R$ 5,00.
Salgadinho: R$ 7,00.
Água: R$ 3,00.
Cerveja sem álcool: R$ 6,00.
Pipoca (pré-embalada): R$ 7,00.

Ponto alto: alguns bares aceitavam cartão. Ambulantes também vendiam picolé.

Orientação

Se faltaram orientadores do lado de fora para organizar a fila, eles sobraram no estádio. Não havia grande problema para obter informações, e, logo após a revista, no pátio do Beira-Rio, garotas gritavam os números dos portões onde havia mais lugares vagos.

Chamou a atenção o bom atendimento prestado pelos funcionários.

Assentos

As cadeiras da arquibancada inferior são confortáveis e com bom espaço para as pernas — pelo menos 35 centímetros. Na maioria das vezes, não é necessário levantar para que outro torcedor passe para seu lugar na fileira. Poderia ser melhor o acesso às fileiras em alguns pontos — faltam corredores, por exemplo, junto às muretas das entradas, para dar outra opção de circulação entre os setores.

Som

Ainda que provisório, o sistema de som cumpriu bem seu papel: as informações e anúncios eram ouvidos com clareza na arquibancada inferior.

Iluminação

Refletores permaneceram acesos durante toda a partida. Quando escureceu, mostraram uma das maiores diferenças em relação ao Beira-Rio “antigo”: nenhuma sombra era feita pelos jogadores.

Telecomunicações

Precárias. O velho problema das operadoras de telefonia em cobrir eventos continua — e o jogo deste sábado não reuniu mais do que 12 mil pessoas na área do Beira-Rio. Era quase impossível fazer ligações e acessar a internet já a uma hora da partida.

Imprensa

Com a pressa na realização do jogo, o Inter não disponibilizou internet para a imprensa — e o rompimento de um cabo deixou as cabines sem energia elétrica até por volta de 17h. Durante o jogo, houve energia, com o uso de extensões. Na saída do vestiário, foi (muito bem) improvisada uma área para a entrevista de Abel, dirigentes e jogadores.

Área para Cadeirantes

Foi pouco ocupada, mas a rampa de acesso é ampla e mais eficiente do que em outros estádios da Copa 2014 — em Fortaleza (CE), por exemplo, cadeirantes dependem de um elevador com capacidade para apenas uma cadeira de rodas por vez para chegar a seu assento. Houve críticas ao acesso na área externa do estádio, por conta do piso ainda em obras.

Visão do Campo

Não há mesmo pontos cegos na arquibancada inferior. Apesar de refeitas, as arquibancadas não são em formato de arena — se alguém se levanta para ver um lance, todos têm de levantar junto.

Costume do Público

Foram poucas as confusões no primeiro jogo de um Beira-Rio tomado por cadeiras em padrão Fifa. Dois torcedores foram retirados no primeiro tempo ao causarem bate-boca por uma razão pueril: não queriam sentar.

Um deles protagonizou a cena ridícula do dia: vaiado ao ser retirado pelos seguranças por trás da goleira do Caxias, batia palma olhando para os outros torcedores enquanto, a 20 metros dali, atrás dele, Fabrício fazia o primeiro gol do novo Beira-Rio.

Saída

Ao final do jogo, foi possível deixar a área interna do estádio em pouco menos de dois minutos por qualquer um dos três portões disponíveis. Porém, como só havia uma saída do pátio do estádio, no portão junto ao Gigantinho, formou-se um brete. Houve um pouco de demora e aglomeração. A reportagem de ZH demorou 14 minutos da arquibancada até o portão de saída do estádio.

Fonte: Pedro Moreira e Rodrigo Müzell/Zero Hora.