Experiência de Marca

Semana terá abertura de mostras artísticas em BH e Tirandentes

Capital recebe a segunda edição do FLI e a sétima do Cinecipó, enquanto a cidade histórica abre o 6º Artes Vertentes

Literatura, artes visuais e cênicas, cinema e música. Diferentes áreas artísticas ganham palco em dois festivais que têm início nesta quinta-feira. Em Belo Horizonte, o Centro de Referência da Juventude vai receber, pela primeira vez, o Festival Literário Internacional (FLI-BH), aqui em sua segunda edição. E Tiradentes realiza, durante 10 dias, a sexta edição do Festival Artes Vertentes.

A produção literária independente é o foco do FLI-BH. Promovido pela Fundação Municipal de Cultura, ele recebe a Primavera Literária, feira de editoras de pequeno e médio porte. Com o tema Vozes de Todos os Cantos, o evento propõe – por meio de debates, oficinas, saraus, exposições, feiras e lançamentos literários – ressaltar a diversidade da literatura. O próprio local da sua realização faz parte deste objetivo.

Inaugurado em 2016, o Centro de Referência da Juventude (CRJ, um prédio quadradão na lateral da Praça da Estação) é hoje a sede da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH. “Ao levar o festival (cuja edição anterior foi no Parque Municipal) para esse espaço, estamos reforçando a própria biblioteca e dando visibilidade para o CRJ”, afirma Fabíola Farias, coordenadora geral do FLI-BH.

O tema desta edição do festival nasceu a partir dessa mudança. “Quando a biblioteca foi para a Praça da Estação, percebemos iniciativas que circulam por ali, como coletivos de sarau e grupos de slam (batalhas de poesia)”, diz Fabíola. Diante disto, ficou definido que o evento abraçaria diferentes públicos.

As mulheres são maioria. “Nossa programação traz 60% de mulheres. Uma conquista, já que em eventos do gênero normalmente os homens é que dominam, e a gente fica na plateia. Há ainda uma presença muito maior de autores negros”, acrescenta a coordenadora.

Misturando novos autores com nomes conhecidos, com ênfase nos escritores locais, o evento homenageia a poeta Laís Corrêa de Araújo (1928/2006). Os debates vão discutir a produção poética na periferia; a literatura e o feminismo; os 50 anos do Suplemento literário, entre outros assuntos.

Fora do espaço da feira haverá programação. O MIS Santa Tereza exibe, por exemplo, filmes que foram adaptados de livros. Entre os destaques estão A hora da estrela (1986, de Suzana Amaral, sexta, às 19h30), inspirado na obra homônima de Clarice Lispector; e Redemoinho (2016, de José Luiz Villamarim, sábado, às 19h), a partir do romance O mundo inimigo – Inferno provisório Vol. 2, de Luiz Ruffato.

Para o público afoito por novidades editorais, a feira Primavera Literária vai oferecer livros de 49 editoras (com descontos de 10% a 50%). Criada há 17 anos no Rio de Janeiro pela Liga Brasileira de Editoras Independentes (Libre), há três a feira ganhou sua edição mineira. “A Primavera surgiu para apresentar editoras que não aparecem nas vitrines das grandes livrarias”, comenta a coordenadora da iniciativa, Juliana Flores. O público vai encontrar no local livros de editoras especializadas em literatura afro-brasileira (como Pallas, Mazza e Nandyala), ficção científica (Aleph) e de cunho político-social (Boitempo).