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Obama no SXSW: governo quer somar para o empoderamento do indivíduo

<!--StartFragment--><!--EndFragment-->Presidente americano reconhece que a economia tem mudado muito rapidamente e que o SXSW traz para a Austin pessoas que estão causando essas mudanças.A tecnologia, segundo Obama, tem feito seu governo trabalhar de forma mais ágil.

Depois de uma espera ansiosa, os sorteados entre 40  mil participantes do SXSW finalmente tiveram o tão esperado encontro com o  presidente dos Estados Unidos, a maior estrela desta edição do evento, que subiu ao palco no fim da tarde desta sexta ( horario de Brasilia) ovacionado pelo público presente.

—  Eu amo Austin, Texas — foi a primeira coisa que disse.

Depois, durante a conversa com Evan Smith, fundador e CEO da publicação online Texas Tribune, Obama observou que as mudanças provocadas pelo digital ampliam a voz das pessoas e que isso é fundamental para a participação coletiva na solução dos ??problemas da sociedade.

“Estamos em um momento da história em que a economia e as tecnologias estão mudando muito rapidamente. E o SXSW reúne as pessoas que estão à frente dessas mudanças disruptivas, que empoderam indivíduos. Um dos meus desafios como presidente é encontrar maneiras para catalisar essas mudanças em favor dos setores não-governamental e privado. Investimos muito tempo pensando em como o governo pode trabalhar melhor nas plataformas digitais”, disse.

A consciência cívica é algo que, na visão do presidente, pode ser impulsionada com a ajuda de big data e analytics. “Essas ferramentas têm que ajudar a tornar a participação cívica mais fácil, para que as pessoas tenham mais consciência do porquê e em quem estão votando”. O modus operandi das eleições, aliás, é algo que precisa mudar logo, segundo o presidente. “Somos a única democracia que dificulta o voto e isso é ruim. É mais fácil pedir pizza do que exercer o mais importante ato democrático, que é eleger quem vai te representar no governo”. De acordo com Obama, essa questão poderia ser melhorada com a criação de sistemas práticos de voto, que poderiam ser adotados pelas variadas jurisdições do País. E alfinetou: “o Texas nunca seria um early adopter desse novo modelo”, referindo-se ao fato de que o estado tem um dos índices mais baixos de eleitores.

Questionado sobre o acesso da população norte-americana, que ainda teria deficiências em certas regiões e entre algumas faixas socioeconômicas do país, o presidente afirmou que o governo tem se esforçado nos últimos anos para a ampliação do acesso à internet de banda larga e conexão wi-fi, porém são mudanças que levam tempo. “O desemprego está abaixo de 5%, evitamos a grande depressão, fizemos um grande investimento em wi-fi, banda larga e progredimos muito. O governo nem sempre parece oferecer as melhores soluções porque precisa resolver os problemas mais complicados. O setor privado não tem que se preocupar com a educação das crianças e com o terrorismo”, compara.

Obama também relembrou que sua campanha à presidência envolveu um forte trabalho de social media, que seguiu nos anos seguintes de seu governo –que chega ao fim neste ano. “Quero recrutar todos os participantes aqui, nesse momento em que estou prestes a deixar a Casa Branca, a pensar em como podemos enfrentar os grandes problemas atuais com a ajuda das plataformas digitais. E única forma de fazer isso é incluindo o povo. Espero que o próximo presidente continue trazendo ideias nesse sentido”. Segundo ele, empresas e marcas de todos os segmentos devem dedicar um tempo para engajar a audiência sobre as questões importantes da sociedade. “Vocês têm um papel importante nisso. Se pudermos reforçar a interação entre o setor privado, governo e organizações não governamentais, com a ajuda das ferramentas digitais e redes sociais, não haverá problema sem solução. Não basta focar na próxima grande novidade, e sim como usar isso para garantir oportunidades a todos”.

Do lado de fora do evento, ocorria um pequeno protesto do grupo Open Carry Texas, que defende o direito do porte de armas para todos os cidadãos americanos. O grupo, todos portando armas, declara que o ato tem o objetivo de educar a população sobre o tópico. 

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Além do presidente americano, não faltam temas de interesse do mercado de comunicação em especial o aumento incrível da quantidade de conteúdos sobre realidade virtual e um expressivo conteúdo sobre os carros autônomos e todas as possibilidades de consumo de conteúdo e comércio eletrônico que surgem em torno dessa indústria, combinada com o crescimento comercial da internet das coisas.

Susan Borst, diretora do IAB americano, e Kym Nelson, vice-presidente sênior do Twitch, conduzem um painel na segunda-feira, 14, sobre as possibilidades de native advertising na indústria de games. Melanie Bender, diretora de marketing da Westfield, e o pesquisador Michael Schrage, do MIT, falam sobre a cultura SoLoMo (social, local, mobile) dos novos consumidores e o que isso exige do PDV no futuro próximo. 

A área de mídia observa uma briga de gigantes no painel Ad Blocking and User Revolt, colocando frente a frente o head de operações do aplicativo AdBlock Plus e notórios opositores desse tipo de dispositivo, como Lewis Dvorkin, CPO da Forbes, e Marjorie Gray, representante da Dish na área de marca digital. O pesquisador independente Ashkan Soltani, ex-consultor da Casa Branca e de autoridades comerciais americanas, fala sobre ética no manejo de dados de usuários, ao lado de Julia Angwin, repórter sênior da ProPublica.

O numero de brasileiros participantes do evento dobrou, inclusive com a presença no palco. Fernando Guntovich, CEO da The Group participa de um painel durante o SXSW.