MICE

Eventos. Destinos. #Parceria de sucesso

Não é de hoje que o setor de turismo anda de mãos dadas com o setor de eventos, ambos devem ter uma sinergia de trabalho, de alianças e auxílio mútuo em seus projetos.

Não é de hoje que o setor de turismo anda de mãos dadas com o setor de eventos, ambos devem ter uma sinergia de trabalho, de alianças e auxílio mútuo em seus projetos.

O mercado de turismo é bastante significativo para a economia, pois dados da World Travel and Tourism Council (WTTC) indicam que essa indústria é o terceiro setor mais lucrativo da economia mundial, sendo responsável pela média de 10% PIB do mundo.

Esses índices são bastante significativos, e, por si só, deveriam ser considerados com mais afinco nas políticas públicas e econômicas da federação/do Estado e municípios.

Independente disso, outras iniciativas são feitas pelo mercado e entidades do trade. Nessas últimas semanas tive a oportunidade de vivenciar um pouco disso, de formas diferentes.

Uma como hosted buyer na Expoeventos, uma feira em Buenos Aires, idealizada pela Aoca – entidade dos organizadores de eventos da Argentina e outra na comemoração do Dia do Profissional de Eventos, na Bahia, a convite da Abeoc-BA.

Na Argentina, é interessante perceber, que mesmo que o tango e a cidade de Buenos Aires seja a queridinha – principalmente dos turistas brasileiros – chama a atenção o quanto o país é rico em belezas, cultura e diversidade de características, afinal, é o segundo maior país da América do Sul, dividido em 23 províncias e uma cidade autônoma e sua capital é a primeira cidade em realização de eventos, isso comparado com o Brasil no mesmo ano de 2018, temos São Paulo como 8º.

Mas, estar numa feira, durante 2 dias, mesmo com a agenda corrida de falar com 31 estandes, percebe-se a riqueza de um programa de hosted buyers, que  não são apenas as reuniões, mas travar um primeiro diálogo, e entender o que o destino pode te oferecer dentro de sua necessidade de tipo de evento, perfil de grupo, tempo de estada, entre outros.

Nota-se como o face to face, ajuda a entendermos de alguma forma o encantamento dos lugares, seja na forma assertiva e visceral dos expositores , ou pelo fato de beber um vinho servido, mas saber a forma como ele é feito e que podemos numa das visitas ter o rótulo criado pelo visitante – como uma das sugestões de Mendoza ou a perspectiva de fazer uma caminhada pelas geleiras no Ushuaia e ver os pinguins e jantar num deck exclusivo e bem quentinho.

É conhecer as belezas do Norte argentino, com seu jeito particular de fazer empanadas que são mais picantes – as saltenhas, ou os ponchos e vinículas mais artesanais ou o trem das nuvens da região de Salta.

Pode ser também a oportunidade de tomar um Fernet, bebida criada pelos italianos no Século XIX, herdada pelos argentinos feita da maceração de mais de 40 ervas, superamarga (mesmo com Coca-Cola, mas delicioso), um hit nas baladas e bares.

Além disso tudo, os almoços típicos ou jantar num espaço revitalizado como o que fomos http://www.elzanjon.com.ar/es, bebendo um vinho premiado, com empanadas e embutidos típicos, alfajores como sobremesa e um tango com mulheres de olhos vendados foi mais do que mágico.

Assim se faz um programa de hosted buyer com muito contato e prospecção, compreensão do target e de quebra vivenciar os destinos. Levando em consideração o advento da crise no país hermano, os preços estão bem mais acessíveis, fazem como que seja uma opção interessante para o turismo de lazer e de eventos, e, em contrapartida uma grande oportunidade para a economia local.

Já quando falo da querida cidade soteropolitana, existe uma movimentação mais forte na cidade para com o setor de eventos, esse ano em especial, devido a inauguração do novo centro de eventos em Salvador, previsto para dezembro.

Uma obra linda, com investimento de R$ 105milhões e que vai colocar a cidade baiana de novo no circuito de bidding de eventos corporativos e técnico-científicos.

O espaço terá 2 alas, 2 restaurantes com vista para o mar, vaga para 1.400 carros, capacidade para receber até 14.000 pax, sem contar a área de shows externas. Com isso, a cidade já se prepara para receber mais turistas de negócios e de eventos e foi nessa atmosfera que palestrei para o trade do setor MICE, a convite da Abeoc-BA, falando sobre o Profissional de eventos: Ontem, Hoje e Sempre – trazendo questões de tendências, busca e adaptação às novidades e cases para refletirmos em modelos de atuação.

Para brindar esse dia, nada melhor do que ver in loco, a obra em si, com uma visita técnica junto com o secretário de Turismo da cidade (Claudio Tinoco) que está encampando pessoalmente esse projeto, por entender que este equipamento deve movimentar uma média de R$ 500 milhões/ano na cidade, cabe nesse tempo, os gestores de eventos se organizarem traçando um plano estratégico para voltarem à cena capacitados e abordando as entidades, agências e clientes mostrando não só boas estruturas, mas serviços eficientes.

Mais do que nunca, é entender como o turismo de eventos auxilia reduzindo a sazonalidade, melhora a imagem da cidade, pois os critérios para receber um evento, principalmente internacional, são bem rigorosos.

Há uma elevação na geração de emprego – seja ele direto, indireto, formal ou informal, sem contar no aumento da arrecadação de impostos. Sem dizer que pesquisas, constantemente apontam que turistas que vêm a trabalho/eventos tendem a voltar como turista de lazer.

Relacionado ao tema, gostaria de entender o que está acontecendo com a Fórmula 1, evento que já está em São Paulo desde 1990 e que pela FIA é o único circuito da América do Sul com nível 1 apto a receber corridas da F1 e a cidade tem contrato com a organização até 2020, mas esta semana nosso presidente anunciou que a F1 voltará ao RJ e com a construção de um novo equipamento em Deodoro com um custo de R$ 850 milhões a ser pago pela iniciativa privada (não disse qual?!), segundo discurso de Bolsonaro.

Acredito que isso possa ser interessante, mas será que houve um plano de viabilidade para tal? Espanta que governo e prefeitura de SP, parecem ter sido pegos de surpresa e se for fato, o turismo paulista perde R$ 300 milhões e os hotéis que chegam a ter 90% de ocupação perderão esse momento de alta.

E assim caminha nosso turismo de eventos …prefiro ficar com os exemplos bons.