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A atuação de uma assessoria de imprensa: muito além do disparo de releases

O trabalho vai muito além de distribuir releases, sendo cada vez mais estratégico e relevante para a divulgação de produtos, eventos e projetos, lançamentos, construção de autoridade e reputação e a tão sonhada consolidação de marcas e profissionais.


Davi Paes e Lima

Muitas empresas ainda associam os assessores de imprensa e as agências de comunicação corporativa somente a funções como a redação e distribuição dos tradicionais Press-Releases, em “disparos” muitas vezes em massa para mailings de imprensa pré-prontos, contratados através de ferramentas que fornecem às assessorias tais contatos. 

Não que tenha algo de errado nisso, mas a realidade é bem diferente, e o trabalho da Assessoria vai muito além de distribuir releases – mostrando-se, sim, cada vez mais estratégico e relevante para a divulgação de produtos, eventos e projetos, lançamentos, construção de autoridade e reputação e a tão sonhada consolidação de marcas e profissionais.

Como funciona o dia a dia:

Na rotina diária de um bom profissional de Assessoria, ele precisa atuar de 3 diferentes formas:

ATIVA – A forma “ativa” consiste nas funções básica de uma Assessoria de Imprensa, aqui englobando desde a parte de pesquisa e planejamento até as funções mais operacionais e práticas, como: produção, redação e envio de Releases e notas à imprensa como sugestão de conteúdo; propor temas de artigos para porta-vozes da empresa produzirem, ou até mesmo atuar como ghost writer e dissertar sobre temáticas que tenham relação com a empresa e fazem link com algo factual e relevante para os veículos; produzir sugestões de entrevistas, buscando encaixar fontes da empresa, especialistas em determinado tema, para elucidar temas quentes e de interesse público; explorar a parte social, aproveitando acontecimentos até rotineiros e simples para gerar notícia e ampliar as possibilidades de conquistar visibilidade ao assessorado.

Isso tudo aqui listado como atuação “ATIVA” tem como objetivo cavar os almejados espaços de mídia espontânea, apresentados posteriormente ao cliente no Clipping de mídia.

PASSIVA – aqui entra boa parte do trabalho que o cliente não vê; afinal é bem comum a Assessoria precisar bater em muitas portas para conquistar uma única emplacada relevante para a pauta que está sendo trabalhada naquele momento. Em muitos casos, como se diz, é um trabalho de “formiguinha” e que precisa ser executado de forma bastante personalizada – e isso leva tempo, dedicação e, claro, bom relacionamento.
Faz parte do escopo de uma Assessoria de Imprensa atender as demandas que surgem praticamente todos os dias por parte da imprensa, dos profissionais que recebem as sugestões de conteúdos listadas acima. Antes restritas aos e-mails ou ligações, essas solicitações da imprensa (podem ser dúvidas, pedidos de mais informações sobre alguma pauta enviada, pedidos de entrevistas e até reclamações) não têm hora para chegar e são cada vez mais frequentes via Whatsapp e até mesmo por Instagram.

Não dá para esquecer que o Assessor de Imprensa é a ponte entre as empresas e suas fontes e os veículos de comunicação, então também é fundamental que o assessor mantenha uma boa relação com esses veículos – e isso faz com que nós, assessores, muitas vezes tenhamos que “quebrar galhos” das equipes de redação que nem sempre estão relacionados aos nossos clientes. Tudo para zelar pelos laços construídos e porque, como também somos jornalistas, sabemos da dificuldade que é conseguir bons personagens para construir boas pautas.

REATIVA – aqui é obrigação de um bom assessor estar muito atento aos assuntos mais comentados no momento, seja nas redes sociais como nos principais portais e jornais; isso para identificar se cabe tentar encaixar algum cliente como fonte para uma pauta quentíssima. Exemplo: quando o ator Will Smith agrediu o mestre de cerimônias do Oscar 2022 e chamou a atenção do mundo inteiro para a alopecia da sua esposa, profissionais da saúde como os médicos dermatologistas e os tricologistas foram porta-vozes fundamentais para esclarecer sobre a doença que provoca a queda dos cabelos. 

E aí entra agilidade – para não perder o timing da notícia -, a boa relação da assessoria com os veículos e, claro, quanto mais “mastigado” o assessor encaminhar o material aos produtores e editores. Com as redações dos veículos cada vez mais enxutas, é bem comum que portais e jornais aproveitem conteúdos produzidos por assessorias até de forma integral.

Essa atuação que aqui eu chamo de “Reativa” é primordial para ir posicionando o seu assessorado como uma autoridade em determinado assunto; assim, em próximas ocasiões e oportunidades de pauta, é bem provável que a imprensa lembre do seu cliente para futuras entrevistas e participações em reportagens.

* Davi Paes e Lima é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial, assessor de imprensa há 20 anos e diretor na Paes e Lima Comunicação.