Experiência de Marca

Os Golias que se cuidem. Vem pedra de volta

Não há limites no mercado, ao que parece, para falta de bom senso e desrespeito às regras de compliance. E não respeitá-las pode dizer muito da empresa ou do segmento ao qual pertence.

Não há limites no mercado, ao que parece, para falta de bom senso e desrespeito às regras de compliance. E não respeitá-las pode dizer muito da empresa ou do segmento ao qual pertence.

Talvez, as palavras de Caio Magri, do Instituto Ethos, sobre o assunto para a Folha de Londrina explique melhor o que eu quero dizer:

“Isso (Compliance) vem de uma cultura empresarial que está sendo aos poucos entendida, de que não adianta fazer negócios ilícitos. Você não faz negócios com multinacionais se não demonstrar isso. É um tema urgente, discutido em todos os conselhos de administração das empresas importantes.”, destaca. Os tais mecanismos de integridade existem para garantir a conformidade, tradução do termo original em inglês, compliance.

Esses mecanismos, ressalta Magri, dependem da natureza e do setor da empresa, porém, devem existir em todas, de pequenas a grandes. 

“Hoje, ter mecanismos de integridade é uma estratégia corporativa de sustentabilidade financeira, econômica, social, ambiental. Se a empresa não tiver e for envolvida ou cometer um delito, ela vai pagar muito mais caro, multas maiores, penalizações maiores.”, informa o diretor.

Mas o termo compliance extrapola a definição de estar em conformidade com as leis, na opinião do diretor-executivo da Caput Consultoria, Wellington Moreira.

Segundo ele, a empresa pode estabelecer para si algumas regras próprias, independentemente de legislações ou normas. “A empresa estabelece normas rígidas, às vezes até mais rígidas que determinadas leis, em áreas trabalhistas, fiscais, previdenciárias, etc. A primeira fase é criar um manual de conduta.”, explica.

A partir do manual, criado pela mais alta direção da empresa, as regras e normas da organização ficam claras para todos os stakeholders. …

Benefícios

Os benefícios de estar em compliance são enormes para a imagem da empresa, e, consequentemente, para sua atuação comercial no mercado. Dito isso, ou melhor mostrado isso, pensemos:

Num momento drástico da economia, portanto de certa instabilidade de mercado, no geral, um mercado honesto e parceiro necessita da compreensão e de parceria REAL de todos os envolvidos nele. Aí, descobrimos mais uma “crocodilagem”(ato ou efeito de trair, enganar; traição)

Parece, parece, não, creio ser fato, por conta de inúmeros e-mails recebidos por agências que prestam serviço a empresas do ramo farmacêutico, que empresas desse ramo se uniram para vilipendiar e se aproveitar de agências de comunicação, em especial das de live marketing.

As empresas?????, não sei devo chamá-las assim, estão enviando e-mails informando, na base do “é isso e pronto”,  como se não houvesse uma relação de natureza ética e moral entre partes, o seguinte:

“…baseado nesse importante momento dessa jornada (de quem? Do País, do mercado? Ou a empresa não tá nem aí pro Brasil e pro mercado, por se achar acima da realidade?), a empresa YYYYY conta com o apoio e disponibilidade (que disponibilidade se vivemos “na marca”?) em adotar a nova condição base de pagamento: 60 dias, vigente a partir de Janeiro de 2018. Nós comparamos nossa condição de pagamento média com a dos pares (seus pares devem ser de NO COMPLIANCE, não?) no mercado (Qual mercado? Me mostre? O mercado dos sem ética e compromisso sustentável?) e essa mudança nos colocará em linha com o que é praticado no mercado (kkkkk. Eufemismo, metáfora ou cara de pau mesmo??)

Brincadeira. Mais uma prova de que o Marketing das empresas está submetido aos caprichos do Financeiro, que resolve tirar dos mais fracos o dinheiro que sua engenharia financeira não consegue, por ineficiência ou incompetência, usando, covardemente, o poder financeiro para acuar e destruir parceiros com menor, muito menor, poder.

Onde já se viu pagar em sessenta dias quem já trabalhou e garante o sucesso de suas marcas e de venda de produtos? E ainda ter a cara de pau de dizer que isso é “Prática de mercado”. Eles podem até dizer que pagar em 60 dias não é faltar com o compliance, mas, na prática, é, porque é uma prática que usa o poder de força para auferir vantagens numa relação comercial sem considerar a sustentabilidade da relação de mercado, daí “frontalmente contra as regras de compliance”, pois são, sim, contra o “espírito da conformidade”.

O que vemos, mais uma vez, é uma prática covarde de gigantes precarizando a cadeia de valor do mercado. Explorando fornecedores infinitamente menores que eles.

Num país onde o dinheiro é muito caro e o financiamento dificílimo, como arcar com um prazo desse tipo, sem alguma proposta de parceria real que não destrua o seu fornecedor?

Por que não oferecem, por exemplo a possibilidade de Antecipação a Fornecedores, ou Risco Sacado, como é conhecido o procedimento bancário no qual o Banco antecipa aos fornecedores títulos/recebíveis que são devidos por seus clientes a esses fornecedores, por intermédio de uma cessão de crédito sem regresso com juros bem baixos.

Ou, façamos assim: Todos os consumidores dos produtos dessas empresas podem se aproveitar DESSA PRÁTICA NORMAL DE MERCADO. Daí, também, poderão pagar em 60 dias por seus produtos. Não é legal? Será que eles topam?

Duvido que topem. Mas não é uma prática do mercado como falam?  E “Pau que dá em Chico tem que dar em Francisco.”

A Ampro vai tomar medidas claras contra esses detratores pelos meios legais, éticos, morais e de mercado que estiverem dentro do escopo de suas atribuições.

Até porque são práticas que são frontalmente contra regras de compliance que elas mesmas (as tais empresas) tanto alardeiam seguir. As agências não aguentam, e não podem, arcar com juros ou custos financeiros decorrentes do alongamento de prazo de pagamento.

Será que eles compreendem esse texto? Não? Então, na próxima, darei nome aos bois.

Temos atiradeiras, Golias, muitas sob a égide da Lei e das Regras.

Cuidado com as pedras no seu teto de vidro.