Experiência de Marca

Evento do Grupo RBS debate o universo dos influenciadores

“Donos da verdade” quando o assunto é a<em> social media</em>, os influenciadores digitais são pessoas que têm sido cada vez mais procuradas por empresas que buscam divulgar alguma marca dentro do mundo das redes sociais.

“Donos da verdade” quando o assunto é a social media, os influenciadores digitais são pessoas que têm sido cada vez mais procuradas por empresas que buscam divulgar alguma marca dentro do mundo das redes sociais.

De uns anos para cá, a opinião deles passou a ter peso de ouro, e, em função disso, as marcas os 'respeitam' ou ‘temem’, cada vez mais. São esses jovens conectados que estão ditando regras e tendências, dizendo o que é bom ou ruim, influenciando comportamentos, entre outros.

Justamente por serem influenciadores de milhares de pessoas, esses profissionais conseguem adicionar ainda mais valor a uma marca — usando sua reputação digital para isso.

A parceria com influenciadores na estratégia de uma marca ainda traz dúvidas para a indústria da comunicação. O desafio de estabelecer uma conexão autêntica com diferentes públicos por intermédio de criadores de conteúdo foi o tema da terceira edição do Ahead!, programa de debates sobre comunicação contemporânea promovido pelo Grupo RBS. O encontro reuniu líderes do mercado no dia 12 de julho, em Porto Alegre (RS).

Cofundadora e diretora criativa da plataforma Youpix, Bia Granja foi uma das palestrantes do evento. Para ela, esse novo universo “Traz dúvidas, curiosidade e medo.”

Embora o Grupo RBS tenha escolhido com antecedência o tema ‘influenciadores’ para a terceira edição do Ahead, os recentes acontecimentos envolvendo essa modalidade de comunicação trouxeram novas dúvidas e questionamentos para o centro das discussões.

“É preciso olhar de maneira mais profunda para todo o ecossistema, que é muito complexo. Há muitas agências e ferramentas especializadas. Mais importante do que os números de seguidores é o conteúdo desses criadores.”, destacou Bia, acrescentando que, para gerar resultados, é preciso ter claro desde o início o objetivo a se alcançar.

Para emprestar um olhar de quem faz gestão de marca, o Ahead! convidou a vice-presidente Global de Marketing da Gallo, Laura Barros. Ela detalhou o case da Confraria Gallo, que selecionou em torno de trinta microinfluenciadores para utilizar produtos e compartilhar experiências em suas redes.

“É muito melhor que a marca fale por meio dessas pessoas do que a partir de suas próprias plataformas. Traz um conteúdo que é extremamente rico, que a própria empresa não teria capacidade de produzir de forma tão autêntica.”, apontou a executiva.

Para o mediador do bate-papo, o diretor-executivo de Marketing do Grupo RBS, Marcelo Leite, a escolha do tema se deu por sua crescente relevância. “Esse é um assunto que está mexendo com a cabeça de quem trabalha com comunicação e marketing. Está movimentando a realidade da indústria e do nosso dia a dia. O espírito do Ahead! é ser um espaço de interação e de troca de ideias.”, ressaltou.

Muitos questionamentos foram colocados em pauta durante o evento, como por exemplo: O quanto uma marca pode ser responsável pelas atitudes de uma celebridade que ela contrata? É eficiente, de fato, reservar tantas verbas de marketing para personalidades digitais? Há alguma maneira de controlar todo o processo para evitar que atitudes pessoais dos influenciadores contaminem uma campanha ou ação?

Do ponto de vista das marcas, há mesmo muitas dúvidas e receios em relação à utilização dos influenciadores, como compartilhou Laura Barros. Na opinião dela, no entanto, apesar de todos os ricos, contar com influenciadores como aliados do plano de comunicação ainda é uma estratégia válida.

Em relação à recente polêmica do youtuber Julio Cocielo – e das marcas a ele ligadas – as convidadas acreditam que tais fatos são úteis para acelerar a profissionalização do setor.

Um post publicado por Júlio Cocielo, no dia 30 de junho, foi um dos temas de maior repercussão nas redes sociais, principalmente no Twitter.

 Durante a partida entre França e Argentina, pela Copa da Rússia, Cocielo fez um comentário considerado racista pela audiência em relação ao jogador francês Kylian Mbappé. Apagado posteriormente, o post dizia: “mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein.”

Depois da repercussão negativa, ele pediu desculpas, porém, o alerta já estava aceso.

“A partir do momento em que uma marca contrata um influenciador, ela passa sim a ter uma responsabilidade sobre o conteúdo e a postura dele. Obviamente, o fator humano sempre é imponderável, mas para isso é preciso que exista uma sólida estratégia pautada em dados, em acertos e em um trabalho que garanta o mínimo de segurança necessária para que a marca conheça a pessoa a quem está se vinculando e para que o influenciador, também, tenha a liberdade de fazer sua criação.”, ressaltou a executiva da Gallo.

Atenta às transformações do setor e conectada aos seus públicos, a RBS promove uma série de debates para buscar soluções e instigar o mercado de comunicação.

Como o próprio nome já revela, o projeto busca olhar para frente e identificar o que está por vir em uma indústria em permanente mutação.

O projeto seguirá com novos encontros, discutindo diversos temas relevantes e oferecendo espaço e conteúdo para parceiros e já tem sua próxima edição programada para novembro.