Experiência de Marca

Como engajar as Crianças "Alphas" no Ponto de Venda?

Depois de passarmos pela geração X, Y, Z agora chegou a vez da Geração Alpha, que são os nenéns nascidos após 2010.

Depois de passarmos pela geração X, Y, Z agora chegou a vez da Geração Alpha, que são os nenéns nascidos após 2010.

Muitas pessoas dizem que eles nascem mais inteligentes e evoluídos do que as gerações anteriores, isso se dá pelo fato dessa nova geração receber vários estímulos, brinquedos criados para desenvolver sua visão, audição, tato, além de já nascerem em contato direto com a tecnologia.

Sendo assim, o tablet, e o celular já são aliados do desenvolvimento dos pequenos. A geração de pais dos “Alphas” também estão deslumbrados com a tecnologia, e passaram a ser pais compartilhadores de seus filhos, expondo cada vez mais o dia-a-dia das crianças, tornando desde cedo as crianças criadoras de conteúdo.

Elas já nascem inseridas nesse novo contexto, que é novo até para gente.

Estudos apontam que essa geração desenvolverá os seguintes comportamentos:

1 Flexibilidade de gêneros;

2 Emponderamento feminino;

3 Versatilidade dos Meninos;

4 Identificação com personagens mais focada em sua atitude do que em sua beleza estética;

5 Uso dos meios de comunicação integrados para avaliar um produto pela nova geração;

6 Figura Paterna mais presente na educação dos Filhos;

7 Pais e mães reconhecidos como ídolos, ao invés de celebridades;

Estímulos

Já pararam para pensar em quantos estímulos essas crianças recebem hoje em dia? E que esses estímulos transformam exatamente a forma como essas crianças se comportam, e como se desenvolvem rapidamente?

Vejam por exemplo a TV: Há dez anos atrás só existiam 2 canais de televisão voltados à esse target, hoje temos 15 canais de televisão. Alguns focam em educar, outros em edutainment (educar entretendo), e variam de faixa etária, e com o objetivo dos pais, e com o tempo que a criança passa assistindo eles.

Já os aplicativos e redes sociais entram na vida da criança desde cedo, como o PlayKids, Disney Junior, Discovery Kids, que tem os seus desenhos animados e personagens preferidos, videoclipes, jogos interativos e muito mais. As redes sociais não são mais território exclusivo dos adultos, já que os próprios pais gravam vídeos no Stories do Instagram, compartilham em outras redes sociais, e assim as crianças já estão inseridas nesse universo sem nem saber ler ou escrever.

Além de tudo isso, temos os Streamings como Netflix, Globo play, Apple Tv, Now, e o Youtube, que também tem o Youtube Kids, serviços que não existiam há alguns anos atrás mas que hoje já são frequentemente utilizados por este público.

Com isso a criança não tem mais paciência de esperar pelo conteúdo limitado que exibe a hora que o canal quer transmitir, ela quer ter acesso ao seu próprio conteúdo, no seu próprio tempo, inúmeras vezes e sem comercial.


Desde cedo a mente dessas crianças já está criando velocidade de assimilar tanto conteúdo, e tantas informações que chegam para elas, por isso, se tornam mais autênticas, independentes e impacientes com produtos, jogos, e conteúdo que não acompanham essa evolução.

Comportamento de consumo

A Pesquisa e Conteúdo Inteligente, traz dados relevantes para entendermos como essa turminha pensa.

Crianças 1-2 anos

Ação via espelhamento: 76% das mães afirmam que as crianças repetem o que os personagens fazem.

Controle: 62% das mães afirmam que as crianças adoram ligar e desligar o controle remoto.

Segurança: 68% das mães afirmam que quando as crianças gostam (consomem) de um produto, não querem trocar por outro.

Curiosidade: 61% das mães afirmam que as crianças querem olhar os produtos com as mãos.

Crianças 3-5 anos

Autonomia: 81% gostam de fazer coisas sem depender dos pais.

Ação via Convite: 67% das mães afirmam que as crianças repetem o que os personagens convidam-nas a fazer.

Conhecer: 61% gosta de testar e serem testados.

Crianças de 6-8 anos

Acumulo: 81% gostam de consumir novidades, produtos novos, pelo prazer de ter mais.

Gabar-se: 68% das crianças dizem que têm prazer em contar aos amigos o que compraram.

Surpresa Controlada: 59% gostam de surpresas controladas.

Como engajá-los?

Quando estiver escolhendo qual produto promover, qual produto escolher para compor o mix da sua loja, ou decidir fazer uma ação, leve em consideração as seguintes questões

1-2 anos: Esse produto Gera movimento?

3-5 anos: Esse produto gera descoberta?

6-8 anos: Esse produto empodera essas crianças?

Esse produto é um convite para ação? A criança fica com vontade de consumi-lo?

Esse produto é interativo?

É prático para os pais?

Outra dica, é que você pode engajá-los através de seus sentidos, sabemos que os sentidos das crianças são 200% mais potentes.

Som: o ritmo sozinho, ou com storytelling, ou associado à um refrão, depende da maneira como vai utilizá-lo corretamente para cada fase, cria um contexto, pode intensificar o ânimo, a criança se associa e cria uma nova memória.

Visão: As cores são fortemente presentes até para adultos fazerem associações com marcas – quando se pensa em vermelho e amarelo, logo lembramos do Mc Donalds – assim é o mesmo processo com as crianças.

Tato: A criança gosta de experimentar, descobri, a embalagem ou o formato é uma das principais motivações de compra.

Cheiro: Pesquisas revelam que 40% das pessoas melhoram o humor quando sentem uma fragrância agradável, se conecta com a memória emocional.

E com todos esses insights a sua função agora, é despertar o principal sentido de qualquer consumidor da sua marca, a experiência.

Perante a acelerada evolução tecnológica e as alterações de comportamentos e preferências dos indivíduos, as novas gerações têm vindo a ser definidas em períodos de tempo cada vez mais curtos. Assim, depois das gerações Z (2000-2010) e Y (1985-1999), que ainda no início do ano passado despertavam especial atenção junto das marcas enquanto as primeiras gerações digitais e verdadeiramente globalizadas, está agora na altura de ficarmos atentos à geração Alpha.

Embora ainda haja poucos dados sobre esta geração, é já possível prever alguns hábitos. O documentário produzido pela Heinz Papinhas é uma boa ilustração destas crianças, a perspetiva dos pais e avós sobre o seu comportamento e as mudanças das relações entre estas gerações.

Nascidos após 2010, os indivíduos da geração Alpha destacam-se pela relação intrínseca com a tecnologia. Estimulados por todo o tipo de dispositivos smart desde que nascem, estas crianças são capazes de interagir com tablets e smartphones ainda antes de saberem andar — ninguém os ensina, é simplesmente intuitivo. Não encaram dispositivos tecnológicos como ferramentas, integrando-os sim na sua vida de forma tão natural que já nem sequer pode ser considerada como uma extensão dos próprios — como constatámos com a geração Z —, mas sim como parte de si.

Sequentemente, podemos prever que serão mais adaptáveis, independentes e considerados mais inteligentes e empreendedores do que as gerações anteriores, com forte apetência para criar marcas e empresas desde muito cedo — talvez desde crianças — tendo em consideração a informação e as ferramentas que têm disponíveis. Paralelamente, serão mais auto-suficientes, tendencialmente mais instruídos e preparados para maiores desafios.

Estas caraterísticas terão simultaneamente influência na educação, revolucionando o paradigma tanto nas escolas como em casa. Com educação online desde bebés, desenvolverão uma maneira particular de aprender e o ensino escolar será menos didático e mais tecnológico e personalizado. Por outro lado, a relação entre pais e filhos tornar-se-á menos hierárquica e mais baseada em troca, com os pais com maior abertura para aprenderem com os filhos e adaptarem-se à sua realidade.

Já para futuros contactos interpessoais, com marcas ou com entidades de recrutamento, estes indivíduos darão atenção exclusiva a aplicações visuais e fáceis de usar, esperando que tudo seja customizado de acordo com as suas necessidades. Neste seguimento, comprarão muito mais online e, por isso, terão menos contacto humano do que as gerações anteriores — e este poderá ser um dos desafios destas crianças a nível psicológico, com previsível tendência para se sentirem sozinhas, apesar de estarem permanentemente conectadas com o mundo.

Com apenas seis anos, a geração Alpha já dita as regras de consumo do futuro e parece representar os indivíduos mais desafiantes num futuro próximo. No entanto, não devemos descurar as gerações anteriores, que estudámos e tentámos compreender nos últimos anos. Porque, afinal, quem são os pais da geração Alpha? Se as gerações Z e Y são já consideradas muito focadas em si próprias e nas suas vontades, a geração Alpha será o aperfeiçoamento deste perfil.

Neste seguimento, as gerações Z e Y terão as suas decisões de compra fortemente influenciadas pelos filhos e, por isso, embora as marcas devam procurar despertar a atenção das crianças e responder às suas necessidades, não podem deixar de agradar e adaptar-se às gerações anteriores. Devem, portanto, integrar a comunicação e procurar responder aos diferentes perfis de consumo.

Em suma, as marcas têm a obrigação de se reinventarem continuamente, tal como os indivíduos, por forma a acompanharem esta imparável mutação de hábitos e preferências. Esta será a única forma de serem relevantes e de se fazerem notar, ao invés de serem ignorados e caírem no esquecimento. Neste âmbito, apesar de os indivíduos serem tendencialmente mais seletivos, felizmente temos acesso a cada vez mais dados que nos permitem compreender e prever comportamentos. Com o devido conhecimento e segmentação, será possível seguir as regras estabelecidas e definir e aplicar com confiança as estratégias de comunicação mais eficazes.