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Boralli é afastado da África por postagem infeliz

Executivo com longa carreira no Grupo ABC emitiu opinião discriminatória no calor das eleições

Confusão protagonizada pelo diretor da agência, imediatamente depois das eleições deu o que falar nas redes desde segunda (8).

Tudo começou quando, depois das apurações eleitorais do último domingo (7), o executivo postou em seu Instagram a seguinte mensagem:

O que chamou a atenção da postagem, além do preconceito evidente, é o fato de que o executivo esqueceu que Sergio Gordilho, co-presidente e COO, e Nizan Guanaes, um dos fundadores da agência África, são baianos de Salvador. Pouco depois, Boralli tentou se desculpar:

Depois da grande repercussão que o caso tomou na mídia na última segunda (8), foi formado uma war room na sede da agência, em São Paulo, liderada por Gordilho e pelo copresidente e CEO Marcio Santoro, para discutir o assunto e descolar a agência da opinião pessoal do funcionário.
 
Nesta terça (9), o até então diretor da área de negócios da agência Africa foi afastado das suas funções, por tempo indeterminado. A decisão foi de comum acordo.
 
 
Ainda não se fala em demissão, mas o afastamento imediato foi uma medida unânime. Não se sabe, no entanto, se haverá clima para seu retorno. Em nota, a África também se pronunciou sobre o caso:
 
“Ontem o Brasil dormiu dividido.
Comentários preconceituosos e próximos da irracionalidade reinaram nas redes sociais.
Sem fazer juízo de valor, precisamos, acima de qualquer partido ou corrente, respeitar as pessoas.
A eleição passa, o país anda, as nossas atitudes ficam.
No meio desse turbilhão, um funcionário da Africa postou um comentário infeliz e preconceituoso.
O sucesso da Africa é a prova viva da força do convívio de pessoas de diferentes origens e backgrounds.
Nascemos da diversidade.
Acreditamos nela e a defendemos, acima de tudo.
Não respeita-la seria arranhar nossa biografia e nossos RGs, na maioria nordestinos.
O comentário desse funcionário não coincide com nossa crença, não está à altura da nossa história.
Por isso, a Africa condena e afirma que tomará as medidas cabíveis em relação a esse caso que, em hipótese alguma, representa a nossa opinião e fere o nosso Código de Conduta”.