Experiência de Marca

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O que é "flash mob"? O termo é uma abreviação de "flash mobilization". Uma mobilização rápida, normalmente combinada pela Internet, em que as pessoas, lideradas por um idealizador, encontram-se em determinado local, fazem uma atividade por alguns minutos e depois vão embora. Tudo devidamente filmado e fotografado.

Maurício de Almeida Prado*

Flash mobs: tendência de comportamento e
oportunidade para as marcas

Estava de férias com minha esposa em Madrid, no mês passado, quando um amigo espanhol comentou que seu irmão iria participar de uma corrida de skate pela cidade. A disputa aconteceria da seguinte forma: um grupo de pessoas, que nem se conhecia, havia combinado, via Internet, um encontro em uma das estações de metrô da cidade. De lá, partiriam para um outro local que só seria revelado na hora.

Como estávamos próximos à estação, resolvemos conferir a corrida de perto. Era um sábado de lua cheia e o encontro estava marcado para às 22hs. Um grupo de mais de 60 pessoas, de todos os tipos, jovens e idosos, com skates de todos os tamanhos, já estava no local. Dez minutos depois, o líder e organizador subiu em uma mureta e, com tom revolucionário, ditou as regras: “Atenção! Se você for parado por um policial, diga que está somente passeando. Ninguém deve dizer que está participando de uma corrida. Esta reunião não aconteceu e ninguém aqui se conhece”. O tom subversivo tinha uma razão importante: eles iriam fazer uma corrida em um sábado à noite, pelas ruas de Madrid, sem nenhuma rua fechada. Ou seja, pelo meio dos carros, ultrapassando faróis e correndo riscos absurdos.

O clima era de expectativa e contravenção. Todos sabiam que faziam algo meio proibido e estavam muito contentes. Várias fotos depois, o líder informa o destino final: o Estádio do Atlético de Madrid, do outro lado da cidade. Mapas são distribuídos (cada um poderia fazer o caminho que bem entendesse) e, cinco minutos depois, foi dada a largada.

Acompanhei o mar de skatistas invadindo a avenida no meio dos carros e fiquei torcendo para que ninguém se machucasse. Quinze minutos depois, o irmão de nosso amigo liga, dizendo que já tinha chegado do outro lado da cidade e que todos estavam bem. Ele ficou em 20º lugar e não ganhou o prêmio, que era uma camiseta.

Conto essa história para ilustrar uma tendência que vem crescendo muito nos últimos meses: os “flash mobs”. Você já deve ter ouvido falar do dia em que muitas pessoas combinaram, pela Internet, de comparecer sem calças ao metrô de Nova York (http://www.youtube.com/watch?v=9La40WwO-lU&feature=related). Ou do mundial da guerra de travesseiros, com encontros marcados em diversas cidades -(http://www.youtube.com/watch?v=pigAKtwkYlM&feature=PlayList&p=29D1648BAFB2B310&index=0&playnext=1).

O que é “flash mob”? O termo é uma abreviação de “flash mobilization”. Uma mobilização rápida, normalmente combinada pela Internet, em que as pessoas, lideradas por um idealizador, encontram-se em determinado local, fazem uma atividade por alguns minutos e depois vão embora. Tudo devidamente filmado e fotografado.

Para se ter uma ideia, no ano passado, um grande grupo de pessoas marcou um “flash mob” na Grand Central Station, principal estação de trem de Nova Iorque. O evento foi realizado pela maior organização do gênero: a Improv Everywhere. Mais de 200 pessoas, após um comando, ficaram congeladas como estátuas por alguns minutos. A reação de quem passava foi filmada e pode ser vista no link http://www.youtube.com/watch?v=jwMj3PJDxuo.

O que leva as pessoas a saírem de suas casas para participar desses movimentos? Eu diria que é o desejo de fazer parte de um grupo, de pertencer, somado ao desejo de aparecer, de estar em um movimento que será publicado na Internet, na televisão e no jornal. Por último, eu diria que os “flash mobs” têm como característica o sarcasmo, a brincadeira, uma subversão leve, um sarro das outras pessoas que estão ali e não entendem nada.

Como toda tendência de comportamento, não dá para dizer ainda se os “flash mobs” são uma moda passageira ou uma tendência com potencial de crescimento. Mas uma coisa é certa: as marcas ainda não souberam se apropriar de “flash mobs” em suas estratégias de marketing. A abordagem teria que ser muito bem pensada, pois, no momento em que os “flash mobs” perderem seu caráter meio subversivo, eles perderão toda sua graça.

É inegável que exista um potencial para ações promocionais em “flash mobs”. Na Plano1, inclusive, já apresentamos para clientes propostas de ações que utilizam os “flash mobs”. Algumas já estão aprovadas, prontas para ir para a rua. Agora, é esperar os resultados.

 

Maurício de Almeida Prado é sócio-diretor de planejamento da agência Plano1. É formado em Administração pela EAESP-FGV, com pós-graduação em Administração com ênfase em Marketing pela EAESP-FGV e em Marketing pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Na Miami Ad School/ESPM, o executivo tornou-se especialista em Planejamento da Comunicação. Já atuou como executivo de marketing da Bombril e da Philips. Almeida Prado também é membro do Grupo de Planejamento de São Paulo
Maurício de Almeida Prado é sócio-diretor de planejamento da agência Plano1. É formado em Administração pela EAESP-FGV, com pós-graduação em Administração com ênfase em Marketing pela EAESP-FGV e em Marketing pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Na Miami Ad School/ESPM, o executivo tornou-se especialista em Planejamento da Comunicação. Já atuou como executivo de marketing da Bombril e da Philips. Almeida Prado também é membro do Grupo de Planejamento de São Paulo.