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Como será o futuro digital dos filmes e séries?

Embora seja impossível afirmar sobre um possível fim dos cinemas, não podemos negar que serviços como Netflix e outros agregadores de filmes e séries geram certo tipo de ''medo''.

Foi em Paris, no dia 28 de dezembro de 1895, que os irmãos Auguste Marie Louis Nicolas Lumière e Louis Jean Lumière apresentaram, pela primeira vez, um filme numa exibição pública.

futuro filmes e sériesCom quase 125 anos de idade, ao menos em sua forma moderna, a chamada Sétima Arte faz parte da nossa vida cotidiana e está longe de ser um fenômeno excêntrico como na época dos irmãos Lumière.

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Com a difusão dos cinemas, que ganhavam cada vez mais popularidade, especialmente em épocas de crise (como na década de 1930, nos Estados Unidos, por exemplo), os filmes se tornaram uma parte “comum” do entretenimento das pessoas, especialmente nos grandes centros urbanos.

Auguste Marie Louis Nicolas Lumière e Louis Jean Lumière
Auguste Marie Louis Nicolas Lumière e Louis Jean Lumière.

E, principalmente a partir dos anos 1950, a grande produção e comercialização de aparelhos de TV (inicialmente, objetos de luxo para um pequeno número de pessoas) fez com que a Sétima Arte se expandisse para outros nichos, com novelas, dramas, telejornais e todo o tipo de conteúdo imaginável.

Mais tarde, principalmente com o conceito de sitcom estadunidense, as séries (histórias divididas em vários episódios, geralmente de curta ou média duração) se transformaram em uma captação massiva de audiência, sendo produzidas em grande escala principalmente a partir dos anos 1970.

Os cinemas vão morrer?

Inicialmente, assistir TV era uma atividade “social”: a família inteira reunida em frente a um único aparelho televisor. Os cinemas, então, eram o “ápice” e os templos para essa atividade social.

Hoje, mesmo que isso ainda possa acontecer, a realidade é bastante diferente. Com dispositivos móveis como tablets e smartphones conectados à internet, e por meio de vários serviços de streaming, assistir esses conteúdos se transformou em uma atividade essencialmente “individual” – cada membro da família com os olhos grudados em seu próprio celular.

Muitos especialistas previram o fim dos livros convencionais (impressos em papel) por conta dos e-books e outras formas digitais de leitura. Obviamente, isso não aconteceu.

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Embora seja impossível afirmar o mesmo em relação aos cinemas, é bem difícil definir se esses espaços serão extintos por causa de serviços como Netflix e outros agregadores de filmes.

Assim como a pirataria não matou a indústria de games (que, hoje, já lucra muito mais do que a própria indústria de filmes), é praticamente ilógico dizer que o entretenimento de massas em dispositivos móveis vai destruir os templos sagrados da Sétima Arte.

Algumas tendências possíveis

Mesmo em um mercado praticamente dominado pela Netflix, os serviços de streaming já são uma tendência e há várias outras plataformas do tipo, como o Spcine Play, Looke e Crackle.

Ao invés de competir diretamente com os gigantes do ramo, é bem lógico afirmar que haverá plataformas do tipo com uma segmentação cada vez maior, ou seja, plataformas criadas para atender gêneros e públicos específicos – como, por exemplo, o Philos, que é um serviço de streaming totalmente voltado para documentários, e o Afroflix, com foco em produções africanas ou que envolvam temáticas da África.

Desde opções totalmente gratuitas até serviços pagos, nós já podemos afirmar que esses tipos de estruturação de conteúdos já estão substituindo, em larga escala, as programações convencionais dos canais de TV, mesmo os pacotes TV por assinatura – ao menos em termos de entretenimento, embora os telejornais tradicionais ainda sejam difusos entre o grande público.

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Mas, assim como refletimos sobre o cinema, será possível dizer que os serviços de streaming serão a causa da morte da televisão? Definitivamente, a TV não vai morrer (não por enquanto, pelo menos).

O que a internet está fazendo é influenciar a programação de vários canais tradicionais, que já buscam referências no meio virtual e, inclusive, criam programas e linguagens baseados nos padrões de usuários da internet (embora, é claro, a mídia convencional ainda não lide muito bem com isso, inclusive falhando, em alguns casos, ao tentar copiar a linguagem dos memes).

É o fim do conceito de privacidade?

Por mais incrível (e ilógico) que possa parecer, a tendência das mídias é individualizar o consumo dos conteúdos, e, ao mesmo tempo, romper as barreiras da privacidade. As redes sociais, em sua maioria esmagadora, são um ótimo exemplo disso.

Se os aparelhos de televisão possuem o mítico e lendário aparelho de medição de Ibope, para que as emissoras tenham uma noção de seus públicos, por outro lado os serviços por internet vêm associados a uma série de informações e dados do usuário, como dados do cartão de crédito, por exemplo.

Se até pode parecer bizarro e invasivo saber que alguém pode registrar a programação que você vê na TV, imagine como seria nossa reação diante do fato de que, literalmente, muitos desses serviços podem até comercializar suas informações.

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A tendência é perceber a difusão das informações do usuário seja por meios formais, como nos contratos dos serviços (aqueles que, geralmente, o usuário não lê antes de confirmar) ou por meio de hackers.

A integridade das informações será a nova realidade do consumo de entretenimento.

Além de manter a segurança da sua rede, é interessante usar mecanismos como provedores VPN. Mas, o que é VPN? São aplicativos que ajudam a criptografar os dados transmitidos pela rede à qual você se conecta, e, de quebra, melhora a velocidade de conexão e evitam aqueles temidos travamentos nos serviços de streaming.

Não temos uma bola de cristal, mas é possível fazer uma “previsão”: Os filmes e séries não serão o futuro, eles já são a realidade e farão cada vez mais parte do nosso cotidiano, cada vez mais acessíveis e popularizados.