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Percepções do mercado de food service após a segunda onda de 2021

Pesquisa espelha esse momento que trouxe ainda mais incertezas e dificuldades para um segmento que já vinha bastante fragilizado desde março de 2020.

Em uma pesquisa recentemente divulgada pela Galunion feita entre 09 de abril e 05 de maio de 2021 com diversos tipos de operadores do food service, foram apresentados muitos insights sobre 2021. 

Após um início de ano que aparentava uma melhoraria no cenário da pandemia, nos deparamos com a segunda onda e mais um fechamento de todo o comércio.

Esta pesquisa espelha esse momento que trouxe ainda mais incertezas e dificuldades para um segmento que já vinha bastante fragilizado desde março de 2020.

Em março, 40% divulgaram que tiveram redução de mais de 50% do seu faturamento em relação ao mesmo período de 2019 e 38% tiveram redução até 50%. Somente 22% conseguiram manter ou crescer nesse período. 

Com esta redução no faturamento, 66% não terão recursos para manter seu negócio vivo caso a restrição continue por mais de 30 dias.

Com-relação ao endividamento do setor, 71% declaram que tiveram que se endividar para manter seu negócio ativo, sendo que 19,4% têm dívida superior a 1 ano de faturamento, 15% de 7 a 12 meses, 28,1% de 4 a 6 meses, 29,2% de 1 a 3 meses e 8,3% abaixo de 1 mês. 

Dessa dívida, 79% têm empréstimos bancários, 54% dívidas tributárias, 37% com seus fornecedores, 18% dívidas trabalhistas e 17% outros tipos.

Como principal ajuda financeira para o negócio, 71% consideram ajuda do governo com alto prazo de carência, 57% diminuição das taxas cobradas pelas plataformas de delivery, 56% com ajuda para folha de pagamento e manutenção do emprego e também 56% isenção ou diminuição do aluguel e custos de ocupação.

Quanto à percepção sobre a retomada, 41% consideram que os horários e espaços limitados são o principal motivo para a dificuldade de recuperação do faturamento, 28% consideram a falta de renda do consumidor, 18% por considerar que seu estabelecimento está em um local que o público ainda não voltou como shopping, aeroporto ou locais comercias e 13% na falta de confiança do consumidor para frequentar restaurantes.

O cenário ficou ainda mais desafiador, pois a fragilidade financeira obrigou o segmento a se endividar ainda mais e continuar sem uma perspectiva clara do futuro próximo.

Mas dentro desse ambiente quais ações foram tomadas para melhorar as vendas e a rentabilidade? 75% estão focados em reduzir desperdícios, 69% em vender produtos que geram maior rentabilidade, 68% estão redesenhando seus processos produtivos para se adaptar à nova realidade, 67% irão lança novos produtos, 67% irão renegociar ou trocar fornecedores e 61% estão fazendo promoções e combos.

O delivery continua crescendo dentro do segmento. Atualmente, 86% declaram que estão fazendo delivery e em 2021, dado o cenário, representou em média 52% do faturamento. Os principais canais usados são: 77% iFood, 71% WhatsApp, 51% telefone e 41 Facebook e Instagram.

As principais ações de delivery são: 66% vão lançar novos produtos e gerar inovação, 61% melhorar as embalagens para garantir a qualidade do produto, 60% melhorar as fotos e a comunicação nos canais digitais e 59% fazer mais promoções e combos.

Quanto ao atendimento do cliente no delivery, 64% pretendem melhorar o tempo de preparação e entrega, 57% melhorar processos para diminuir erros de produção e entrega do pedido correto, 50% vão ativar o programa de fidelidade, 49% querem buscar o feedback do cliente e 44% personalizar bilhetes na embalagem de entrega.

O delivery nesse período continuou crescendo dentro dos negócios e ganhando relevância. O aprendizado para operar o delivery também foi importante para melhoria do atendimento, do serviço e da experiência do cliente.

Quanto ao futuro próximo, 39% não conseguem fazer uma previsão, 34% esperam um crescimento pequeno, 17% um crescimento acentuado e 10% esperam queda no faturamento. 

Os maiores desafios para a retomada são: 70% ter capital de giro e pagar as dívidas, 48% buscar rentabilidade no modelo de negócio, 47% se adaptar as mudanças de hábito do consumidor, 36% adaptação do negócio a nova realidade e 32% transformação digital.

Como conclusão, a pesquisa apresenta que este novo fechamento foi ainda mais drástico, dado que o segmento já vinha tendo muitas dificuldades desde o início da pandemia. 

Para manter o negócio ativo o setor contraiu muitas dívidas que levarão bastante tempo para serem pagas. Apesar disso o food service segue se reinventando e se adaptando a nova realidade, principalmente no delivery.

ara superar todos os desafios no menor prazo possível, o setor irá precisar de apoio e incentivos de todos os stakeholders.

 

Foto: Reprodução.