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Dia do Consumidor: Há o que ser celebrado?

Em meio a uma crise econômica nunca vista antes, a data perde um pouco do seu significado.


Comemorado em 15 de março, o Dia Mundial do Consumidor surgiu nos Estados Unidos com a proposta de proteger e esclarecer a sociedade sobre os direitos da população.

Foram definidos quatro direitos fundamentais para esse fim: Direito à segurança, informação, escolha e ser ouvido.

No cenário nacional, a Lei nº 8.078 foi instituída em 11 de setembro de 1990, porém, entrou em vigor no ano seguinte. O documento dos direitos do consumidor resultou no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), presente em todos Estados brasileiros e responsável por mediar conflitos entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços.

O início da pandemia em 2020 enfraqueceu as ações sobre o Dia do Consumidor, realizadas pelas lojas físicas. No entanto, foi responsável por fortalecer o comércio eletrônico que registrou números positivos como crescimento no número de compras efetuados em 65,7%, no primeiro semestre do período (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – ABComm).

Já é regra que as datas comemorativas são ótimas para fortalecer o comércio. No entanto, no atual cenário vivido em função da pandemia do Covid-19, não tem muito o que ser explorado.

Com lockdown em grande parte das cidades brasileiras, o comércio está agonizando. Mesmo com as vendas pela internet tendo aumentado significativamente, isso não evitou que muitas portas fossem fechadas e engrossassem a extensa lista de desempregados no país.

O consumidor obteve grandes conquistas ao longo dos anos, principalmente depois do advento das redes sociais. Hoje ficou muito mais fácil levantar questionamentos sobre um mal atendimento, produtos com defeitos, entre outros, e, consequentemente, ter sua solicitação sendo atendida de uma forma mais rápida.

Mas, será que só isso basta? No cenário atual não. As compras on-line viraram uma febre, só, que, dentro desse contexto (pandemia), não temos vistos grandes ofertas, algo que realmente faça com que o consumidor se sinta prestigiado e motivado a comprar.

A incerteza sobre o futuro da economia no País e no mundo, tem feito com que as pessoas fiquem receosas em comprar produtos de valores mais altos, afinal, ninguém mais tem certeza se terá o seu emprego no próximo mês.

Com a impossibilidade de realizar ações de brand experience e ativações nos pontos de venda, as marcas estão fazendo a sua parte para conquistar o shopper. Mas, com a concorrência muito grande em todos os setores, fica difícil se diferenciar apenas com ofertas.

No Promoview procurei publicar o maior número de posts sobre o Dia do Consumidor, mas confesso, fiquei decepcionada com o que vi. Nada de novo, nada de extraordinário, nada que mostrasse uma real preocupação com o consumidor, enfim, nada de nada.

O que temos visto são descontos e mais descontos nos produtos. Algumas ações de cashback, que também estão virando moda para incentivar o consumo, porém, nenhuma ação se destacou.

É importante, principalmente diante do cenário que estamos vivendo, que o consumidor seja respeitado em todos os seus direitos. As ações focadas nele não podem mais ficar presas a apenas um dia, ou seja, de nada adianta vender um produto hoje com 70% de desconto, e, amanhã, ele estar três vezes mais caro.

O comércio não pode parar. O consumidor não vai deixar de comprar. Mas, o momento é de união de todos, de ofertas diárias que realmente facilitem a vida de todos.

A hora é de empatia. Vamos pensar com carinho em todos os nichos de consumidores e não apenas nos que têm alto potencial de compra.