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Festa de réveillon de Copacabana terá ‘abraçaço’ para 2018

A ceia de Natal ainda está posta, mas a contagem regressiva para o réveillon já começou. Quem planeja esperar a chegada de 2018 em Copacabana deve se preparar para surpresas.

Marcelo Kokote e Abel Gomes

A ceia de Natal ainda está posta, mas a contagem regressiva para o réveillon já começou. Quem planeja esperar a chegada de 2018 em Copacabana deve se preparar para surpresas. A recomendação é que, além da garrafa de champanhe, as pessoas não se esqueçam do lenço, porque, segundo os organizadores, serão momentos de fortes emoções.

A confraternização vai começar antes mesmo da meia-noite. Após Frejat se apresentar como última atração antes da virada do ano no palco em frente ao Hotel Copacabana Palace, o público será convocado para um abraçaço, entrando no ritmo do tema da edição da festa deste ano: “Aquele Abraço”, em referência a uma música de Gilberto Gil. Em seguida, o céu será coberto pelos fogos de artifício, que este ano estão sob a batuta de um novo pirotécnico.

— A proposta é fazer um show “piromusical” em que a trilha sonora combinará com o que será visto no céu. Para não estragar a surpresa, só posso contar que o momento mais emocionante será aos nove minutos da queima. Pode ter, choro sim, pois vamos criar um clima para isso. Mas não será um choro de tristeza. Vão ser lágrimas de alegria, no contexto da festa — diz Marcelo Kokote, em tom de mistério.

FESTA NO PROJETO “RIO DE JANEIRO A JANEIRO”

Todos os detalhes do show de fogos, que terá a duração recorde de 17 minutos, foram simulados em computador. Para manter segredo, apenas seis pessoas assistiram ao vídeo completo, que mostra como será a sequência dos fogos, combinada com a trilha. A música será reproduzida por 30 torres de som espalhadas do Leme ao Posto Seis. O réveillon marcará ainda a primeira atividade do projeto “Rio de janeiro a janeiro”, criado pela prefeitura com o objetivo de estimular a realização de eventos na cidade que atraiam turistas e estimulem o desenvolvimento da economia. Apenas em 2018 estão previstos mais de cem eventos.

O planejamento do espetáculo durou cerca de um mês. Antes de desenhar o projeto, Kokote assistiu aos vídeos dos 16 réveillons realizados desde a virada para 2002, quando a queima de fogos passou a ser feita em balsas no mar. Três versões foram descartadas antes de o projeto final ser aprovado por Abel Gomes, produtor executivo da SRCOM, vencedora da concorrência da prefeitura para realizar o evento. Ao todo, serão 25 toneladas de fogos, fabricados no Brasil, na Itália, no Japão e na China.

Kokote promete apresentar alguns efeitos novos. Um deles será produzido por uma bomba conhecida como “Time Rain”. Ao explodir, ela assume formas de troncos, que vão se subdividir em outros. Também estará sobre o mar de Copacabana a “bomba fantasma”. Ao ser detonada, surgem fogos que mudam de cor e se espalham pelo céu. Outra novidade promete aproximar o público ainda mais dos fogos, mas sem perigo. Drones serão usados para filmar o show nas proximidades das balsas e gerar imagens que vão ser reproduzidas em telões na praia. A técnica foi testada na semana passada.

A montagem dos fogos nas 11 balsas, que vão ficar ancoradas no mar de Copacabana, começa amanhã, na Ilha do Fundão. Na semana passada, operários aceleraram a instalação do palco dos shows, que terá Anitta como atração principal nos primeiros minutos de 2018. A apresentação das estrelas da noite ficará a cargo do ator André Marques e do cantor André Marinho. O espaço, na verdade, foi projetado para receber três eventos até o dia 6 de janeiro e será uma espécie de “palco mutante”. Na próxima sexta-feira, em um aquecimento para a festa da virada do ano, a Orquestra Tabajara fará uma apresentação. Ao todo, 29 músicos vão tocar sob a regência do maestro Francisco Araújo. Ele é filho do falecido maestro Severino Araújo, que durante 70 anos comandou a orquestra.

Passado o réveillon, o palco terá adaptações para ganhar o formato de um pandeiro. Isso para que, no fim da tarde do dia 6, ele receba as baterias das 13 escolas de samba do Grupo Especial, depois que desfilarem pela Avenida Atlântica, tocando sambas-enredos clássicos do carnaval carioca. No palco, as agremiações vão se apresentar com a Orquestra Petrobras, regida pelo maestro Isaac Karabtchevsky.

— Sete escolas virão do Forte de Copacabana e seis, do Forte do Leme, tocando os mesmos sambas. Todas vão se encontrar em frente ao palco. Como o evento será no fim do dia, o objetivo é atrair banhistas para que esse seja o maior coro de samba do mundo. Até pensei em inscrever o evento para entrar para o “Guinness”, mas não daria tempo — disse Abel Gomes, autor da proposta que deverá entrar para o calendário de eventos do Rio.

Entusiasmado com o projeto das escolas na orla, Abel acredita que o evento possa se tornar um marco tal como é o réveillon, de cujo o formato atual ele se considera uma espécie de pai. A história a que ele se refere vem lá do fim da década de 70, quando o Ano Novo em Copacabana era mais conhecido pelas cerimônias em homenagem a Iemanjá. Em lugar de virar a noite na praia, o hábito do carioca, até então, era comemorar em restaurantes e clubes. Abel Gomes contou que, no dia 31 de dezembro de 1979, jantava em um restaurante na Avenida Atlântica com o então diretor de marketing do GLOBO Péricles de Barros (já falecido), quando, ao observar a praia e os cultos religiosos, teve uma ideia.