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O canto e o encanto de Fabia Miasake na gestão de eventos corporativos

Meeting planner da Huesker Brasil, a cantora faz da vida uma experiência de aprendizado e partilha de boas práticas profissionais

Nos anos 80 o Japão poderia ter ganho uma excelente cantora e o Brasil perdido uma de suas profissionais mais admiradas e sensíveis na gestão de eventos corporativos.

Felizmente, para os stakeholders da Huesker Brasil e para uma legião de admiradores da sansei, Fábia Tanabe Miasake, decidiu iniciar uma formação em comunicação social em vez de abrilhantar os palcos japoneses com suas melodias.

Contudo, a veia musical e o traquejo de quem toca piano, flauta e órgão eletrônico desde criança não a desviaram do caminho artístico, seara que ainda hoje demanda sua atenção.

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Formada em Comunicação Social, habilitada em Relações Públicas pela UEL – Universidade Estadual de Londrina (1995) e com pós graduação em Administração e Organização de Eventos Públicos e Privados pela UNIVALE – Universidade do Vale do Itajai (2001), Fabia possui larga experiência em planejamento de comunicação e marketing, marketing estratégico, marketing digital, captação de recursos e elaboração de projetos incentivados, coordenação e organização de eventos culturais, esportivos e corporativos. Trabalha na HUESKER Brasil desde 2007 como Coordenadora de Marketing, atuando no Brasil e demais países da América do Sul.

Seu currículo, além de destaques como personalidade do ano e top 3 de gestora de eventos, inclui um tricampeonato de melhor cantora de música japonesa.

Aqui, ela responde cinco pergunta sobre o mercado corporativo de eventos:

Como a pandemia impactou a organização de eventos dentro da sua companhia?

Quando o mundo parou, digamos assim, quando entramos todos em lockdown, faltava pouco mais de um mês para nossa Convenção de Vendas que estava programada para acontecer em Recife. Ela seria presencial, estávamos programando as atrações, tínhamos fechado contrato com hotel Sheraton Reserva do Paiva, estávamos com bilhetes emitidos, finalizando contratações de buffet do jantar de abertura e de confraternização, fechando apoio terrestre e com a programação toda desenhada para o presencial.

E tivemos de transformar todo evento em digital. O hotel nos ligou cancelando o evento, o restaurante Bijupirá que seria do jantar de abertura avisou que estava em lockdown porque Recife também fechou e então tivemos de nos virar e adaptar muito rapidamente. Mudamos toda programação do Reforçando Parcerias para a versão online.

Isso tudo que estava acontecendo era muito novo. Não tínhamos muita familiaridade ainda em organizar um evento digital então foi um grande aprendizado e fomos em busca de conhecimento. Quem me ajudou muito com isso foram os cursos da Vanessa Martin e seu e-book sobre ED 2020 – Eventos Digitais, que também virou um livro e que orientou muitos profissionais e clientes na criação de eventos digitais.

Essa foi minha base para iniciar uma transformação do evento presencial em digital. Então tivemos de realmente adaptar tudo. Impacto foi enorme e nos tivemos de nos reinventar e graças a Deus deu tudo certo. Depois disso serviu de base também para nos adaptarmos aos eventos físicos que já tínhamos programado e que ganhou a versão digital que perdura até hoje.

Fabia-no palco: tricampeã como cantora de músicas japonesas 

Os eventos virtuais ou híbridos terão a preferência dos clientes em função dos custos?

Fazer um evento híbrido tem até um custo mais elevado do que o físico se você considerar que tem o custo e a organização da estrutura para as pessoas que estarão presentes e tem também o custo do streaming do evento, da transmissão. Depende muito do objetivo que queremos com o evento. Do que você pretende como resultado daquela ação. Se for relacionamento e também de amplitude de ter mais alcance, esse custo é justificável. Depende muito do propósito do seu evento.

Em linhas gerais não tem muito como definir se vai ter preferência ou não dos gestores pois vai depender muito de estar atrelado aos objetivos de cada evento. No nosso caso, o ano passado fizemos um evento digital que tivemos a participação de algumas pessoas no estúdio como o mestre de cerimônias e o meu diretor. E os palestrantes fazendo suas apresentações remotamente e nós tivemos plateia virtual e para nós foi um alcance muito bacana. Foram mais de 30 países participando, mais de 1100 inscritos, presença durante os dois dias de mais de 700 pessoas, foi muito bom. Esse custo foi justamente justificável porque tínhamos este propósito de ter parte presencial e física in loco e também no digital com a transmissão.

Que dificuldades ou facilidades têm na escolha de fornecedores para os eventos de sua empresa?

Acho que é importante essa pergunta porque no começo tivemos uma adaptação forçada e não teve tempo de maturação do trabalho. Hoje já é diferente. Muitas empresas se profissionalizaram, se especializaram, criaram expertise para isso, foram buscar e aprender técnicas e na prática.

No começo da pandemia foi complicado porque as tecnologias não estavam tão alinhadas, as plataformas não estavam tão preparadas como estão hoje. Os fornecedores também estão excelentes, tem muita competência nas suas plataformas, cresceram muito e o que é importante é estar alinhado com o objetivo que quer do evento e não só ficar preso em uma proposta.

Penso que devemos dar oportunidade para os fornecedores mostrarem os trabalhos que estão desenvolvendo, montar uma planilhinha e fazer avaliação do que há no mercado. Ter um checklist do que existe e escolher de acordo com os atributos do evento que se está a organizar.   É importante que gestores façam sua lição de casa para poder escolher o melhor fornecedor e o atendimento que necessita em cada caso. É essencial isso, essa premissa eu usei no passado para realizar o evento que eu já mencionei que teve estúdio e transmissão. Eu fui lá conhecer as instalações, ver como funcionava, questionei e pude fazer uma avaliação de cada fornecedor para escolher com critério.

Profissional recomenda que os meeting planners diversifiquem e conheçam especialidades dos fornecedores para eventos

Qual a importância dos grupos de networking ou de hosted buyers para um profissional?

Essencial. Como isso é importante para os relacionamentos e o crescimento da jornada que vamos tendo profissionalmente. Trabalho em empresa que tem muitos engenheiros, a Huesker é uma empresa alemã de materiais para obras e infraestrutura e sobretudo materiais pesados de reforço para obras como rodovias, aeroportos, saneamento, insumos para obras de infraestrutura e são todos engenheiros. Eu não tenho uma equipe muito grande mas são todos muito criativos e me ajudam muito para que eu possa participar dos grupos do mercado. Grupos de profissionais são ótimos para trocar informações, experiências e até referências de fornecedores. Eu peço dicas, quando contam de seus trabalhos sempre surge uma inspiração. É um aprendizado que tem me ajudado muito no meu dia a dia de gestora de eventos e meeting planner na empresa.

Em que pontos o mercado corporativo de eventos deveria melhorar ou inovar?

Pergunta difícil.  Acho eu temos de estar olhando para o futuro. Nós profissionais temos de estar sempre buscando aprender e reciclar principios e buscar alternativas e ter um olhar holístico e ver que nada é impossível.  Seja melhorando os processos e buscando novas tecnologias e proporcionando experiencias extraordinárias para os participantes dos nossos eventos. Então acredito que este olhar para o futuro e cada vez mais buscar as renovações e a tecnologia que está aí para ser acompanhada. Uma das formas bacanas são os eventos voltados para o setor, as publicações que o mercado tem e veículos com agora o promoview com o mice business. É importante trazer esta pauta da importância dos eventos para outros profissionais, e reverberar iniciativas que as empresas estão fazendo.  O mercado corporativo de eventos é forte, emprega muita gente, contribui com a economia, estimula relacionamentos saudáveis, gira uma cadeia de serviços enorme, todos temos de estsar unidos e comprometidos em difundir esse trabalho.

Creio mesmo que devemos nos profissionalizar e qualificar para proporcionar experiências cada vez mais enriquecedoras às pessoas e principalmente, fazer o bem para todos.