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Americanas reestabelece serviços na internet

Marca perdeu mais de R$ 3 bilhões em valor de mercado

Após mais de três dias com seus sites e plataformas e aplicativos fora do ar, a Americanas começou a restabelecer sua operação nesta quarta-feira, 23.

Veja o comunicado ao mercado 

“A Americanas informa que está restabelecendo gradualmente e com segurança seus ambientes de e-commerce desde quarta–feira (23/02), suspensos em razão de incidente de segurança do qual foi vítima entre os dias 19 e 20 de fevereiro”, diz o comunicado da empresa. Os sites de Americanas e Submarino já retornaram o ar. O do Shoptime continua exibindo a mensagem de suspensão do servidor.

A empresa, que é detentora das marcas Americanas, Submarino e Shoptime, começou a enfrentar instabilidades em suas operações no sábado, 19. No domingo, 20, os sites de Americanas e Submarino saíram do ar, impedindo qualquer operação via e-commerce.

De acordo com dados da consultoria Economática, divulgado por diversos veículos de imprensa, a Americanas terminou a segunda-feira, 21, com valor de mercado de R$ 25,9 bilhões (R$ 2,97 bilhão a menos em comparação com o valor que a companhia registrava na Bolsa na sexta-feira, (18).

O motivo da instabilidade não foi confirmado mas seria um suposto ataque hacker realizado pelo grupo LAPSUS$, que também comunicou ser autor da invasão do site do Ministério da Saúde em dezembro de 2021 no final do ano passado. 

O ataque foi pensado para um momento de alta exposição para a Americanas: a marca promoveu uma noite de comemoração no reality Big Brother Brasil, da Globo, com show do cantor Thiaguinho.

 

Entenda o caso

No sábado (19) os sites da Americanas e do Submarino, ambos do grupo Americanas, posicionados entre os maiores marketplaces brasileiros, sairam do ar. Usuários relataram nas redes sociais que tiveram dificuldades para acessar os sites das lojas. Quem tentava acessar as páginas, encontra um aviso de que o serviço está indisponível devido a uma “falha de DNS” 

Horas depois, a Americanas S.A. afirmou que “suspendeu preventivamente parte dos servidores na madrugada de sábado após identificar risco de acesso não autorizado”. 

A Americana S.A., que controla os dois sites, informou em comunicado no domingo que “suspendeu proativamente parte dos servidores do ambiente de e-commerce” após ter identificado “acesso não autorizado.  O servidor está temporariamente impossibilitado de atender sua solicitação. Por favor, tente novamente mais tarde”, dizia a mensagem. 

Neste comunicado a empresa declarou que não houve evidência de comprometimento das suas bases de dados.

Até a tarde de 3a. feira (22) a  estimativa do mercado era de uma perda de R$ 2 bilhões em valor de mercado.

A estimativa das perdas foi feita por especialistas em varejo a pedido da Folha, com base nos dados de vendas da companhia no terceiro trimestre, os mais recentes divulgados até o momento pela empresa, que tem ações em bolsa. No terceiro trimestre, a Americanas atingiu R$ 9,9 bilhões de volume bruto de mercadorias vendidas na internet (GMV digital), incluindo produtos próprios e de terceiros. Com isso, a venda média diária em portais do grupo no período foi de R$ 110 milhões.

O que é DNS

O DNS (sigla em inglês para “Sistema de Nomes de Domínio”) é uma espécie de “agenda de contatos” da internet. Ele é responsável por registrar quais números (endereços de IP dos sites) estão ligados aos “nomes de domínio” (como “promoview.com.br”).

A internet só funciona com números, então a “agenda” permite consultas (chamadas de “resoluções de domínio”) para qualquer pessoa saber o número de IP do site que pretende acessar. Quando acontece uma falha, o acesso à página fica indisponível porque não é possível encontrar o caminho certo para chegar nela.