Live Marketing

Dia Internacional do DJ sem festas

A pandemia acertou em cheio a cena eletrônica, que está parada há muitos meses.

Há praticamente um ano após a paralisação do setor de eventos no mundo, devido à pandemia de Covid-19, em 9 de março foi comemorado o Dia internacional do DJ, elemento principal de uma boa festa. 

As dificuldades da profissão são muitas e – infelizmente – muita coisa ainda precisa ser melhorada. No Brasil, Alok é o maior DJ e produtor representante da música eletrônica, que vem ganhando espaço nos festivais e nas plataformas digitais. 

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Não é à toa que o artista se tornou o brasileiro com maior número de ouvintes no Spotify com mais de 18 milhões mensais, ultrapassando Anitta, e marcando presença na lista dos mais escutados em 2020. 

Sua-faixa “Hear Me Now”, em parceria com Bruno Martini e Zeeba, é a música brasileira mais ouvida da plataforma, com mais de 500 milhões de streams.

Em Santa Catarina, berço de muitos DJs, os principais clubs estão fechados, muitos deles há quase um ano, como Warung e Green Valley.

Com a adoção de protocolos sanitários de distanciamento social, as festas – local de atuação dos DJs – foram interrompidas na tentativa de contenção do vírus, em um período em que o Brasil cada vez mais apostava neste mercado. 

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), em 2018, o setor de eventos corporativos movimentou cerca de R$ 210 milhões no país, enquanto o de eventos sociais chegou a R$ 16 bilhões, representando, juntos, 4,3% do PIB brasileiro, com expectativa de crescimento de 14% ao ano.

A música eletrônica é o 5º gênero musical mais escutado no mundo, de acordo com o International Music Summit (IMS), mas tem uma ótima relação com o pop, que está no topo desta lista. Os dois estilos têm diversos elementos semelhantes e é muito comum ver hits do pop ganhando remixes para as pistas de dança.

Em tempos de distanciamento, sem eventos físicos, a tecnologia tornou-se aliada dos artistas, junto com o poder das redes sociais. O DJ e produtor Zuffo conseguiu tirar proveito deste período difícil para grande maioria dos músicos. 

“As pessoas passaram a me assistir bem mais. Quem não tinha visto um set meu ainda, teve a oportunidade de me conhecer por meio das lives. Com isso fui ganhando a atenção de muitos, o que refletiu na minha carreira. As pessoas passaram a ficar ligadas em tudo que eu posto e lanço, e acabei entrando também em duas agências, que foi a EVVO e a Box Talents, reflexo do trabalho que fiz na pandemia.”, conta Zuffo, com mais de 800 mil visualizações no YouTube.

O DJ e produtor Bhaskar, com quase meio milhão de seguidores no Instagram, acredita que a pandemia acelerou o consumo digital. 

“No meu caso, foi muito bom, porque me aproximei do público, isso fez com que me conhecessem melhor e prestassem mais atenção no meu trabalho, o que foi muito positivo.”, explica o criador do projeto “Follow The Sun”, com performances gravadas em meio à natureza, apresentando paisagens lindas pelo Brasil, e que soma 31 milhões de visualizações no YouTube.

Dre Guazzelli, DJ e produtor, acredita que as pessoas passaram a consumir mais música neste período de isolamento social, no qual a pandemia proporcionou um “boom” nas plataformas digitais de streaming. 

“Mais pessoas passaram a escutar música no dia a dia, porque não podemos ter isso em eventos no momento, então cada um virou seu próprio DJ em casa.”, explica. 

Ele acredita que a busca por novos artistas cresceu e que será revertida em mais pessoas consumindo festas quando for possível o retorno das aglomerações.

Bhaskar também considera que o mercado estará superaquecido com a volta dos eventos, mas que o público mudará a forma como ouve música nas plataformas. 

“Com relação ao streaming, pode ser que mude um pouco, porque a maioria de nós está deixando para lançar faixas mais voltadas para a pista quando realmente tiver pista de dança. Com isso, o tipo de consumo de música poderá mudar, com o público voltando a escutar faixas mais dançantes.”

Embora tenha que lidar com longas jornadas, em uma média de 10 a 15 shows mensais, dividindo a agenda entre apresentações e produção musical, a profissão DJ ainda é estigmatizada. 

Mesmo com muitas horas sem dormir e se deslocando para diversos lugares distantes, a maior motivação é o público e a alegria de dividir momentos de celebração.  

 

Foto: Reprodução.