Experiência de Marca

Pimenta no dos outros é refresco

Parece que mercado é coisa só de empresas. E é claro que não é.


Há um quê de hipocrisia nas defesas do “mercado” que vejo por aí.

Parece que mercado é coisa só de empresas. E é claro que não é.

Lives sem fim discutem o mercado, como devemos retomá-lo, sob o argumento de que ele voltando todos ficam bem.

Quem são todos?

Os que podem gritar, que têm voz, que têm cacife para entrar no tal jogo chamado mercado?

E como fica a força de trabalho? Aquelas coisinhas que trabalham pra gente?

Quem discutiu como ficarão as relações?

Ah tá…. se eu discuto o macro, o micro tá discutido. Tá, então tá?

Quem vai pra rua? Quem fica? Como fica? Onde fica?

Louvável trabalho vi na Ampro com um Mural de Talentos. Coisa de quem se importa.

Ou com o Celinho como o #jobentreguejobpago, – EGO +ECO ou o coletivo Salve Produção…

No mais, quase que no geral, com algumas exceções, claro, todos pensando em si mesmos, no próprio rabo.

O rabo acima expresso diz respeito ao adágio “Macaco, olha teu rabo”, qual seja, preocupe-se só com ele…

Poderia ter dito um: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.

As mudanças éticas a se propor no mercado devem passar pelo cliente, inicialmente.

Mas tem muita agência, e dono (a) de agência que devia fazer uma análise do que sempre fez, como tirar casquinha de fornecedor, enganar coleguinha, não ser transparente, enfim…

O mesmo poderíamos dizer de alguns fornecedores.

Afinal tudo isso é mercado não?

Esqueci dos funcionários, dos colaboradores, não.

Não fui eu quem esqueci não.

Quantos esqueceram? Eu não!

Quantos se doaram para produtores, planners, atendimentos, diretores de arte, mídias, administrativos, financeiros, pessoal da limpeza, da cozinha, porteiros, motoristas… Quantos?

Ah, se esse evento fosse presencial. Quantas mãos se levantariam?

Ou quantas correriam para ser lavadas com água e sabão?

É preciso discutir (com) essa gente. Mola mestra do tal mercado.

Como elas voltam? Como trabalharão? Que oportunidades terão? Qual o código de ética que norteará as relações? Qual será o Manual de trabalho a seguir?

Pensou nisso?

Se você pensou, parabéns! A quarentena te fez muito bem.

Nós pensamos e vamos propor diálogos com essa gente.

Não será apenas, mais uma vez, um Salve Produção, mas também não será um Salve-se quem puder.

A gente não acredita que no dos outros seja refresco.

Porque o que arde em alguém no mercado, arderá em você cedo ou tarde.