Experiência de Marca

Na crise, não se isole

São tempos de crise, ou seja, de mudanças não planejadas, de transformações que não desejamos.

Os Seres humanos são parte de um todo, na criação de uma essência e alma. “Se um membro sofre dor, outros membros permanecerão inquietos.” 

Essa é uma citação antiga (séc. XIII) do poeta iraniano Saadi Shirazi, que está presente em nossos tempos, na entrada da sede das Nações Unidas. Escrevo isso para lembrar que a crise na qual vivemos, assim como os Seres humanos, também é parte de um todo.

Não somos os responsáveis e não entramos nesta crise global sozinhos. Portanto, querer sair dela de forma isolada pode ser o pior e mais longo caminho para atravessar e superar o maior desafio empresarial que já vivemos.

São-tempos de crise, ou seja, de mudanças não planejadas, de transformações que não desejamos. Dito isso, lembro que, se não temos o poder de decisão sobre as mudanças que aconteceram e que continuarão a acontecer, podemos nos proteger entendendo como reagimos e como podemos nos adaptar a esta nova realidade que se impõe.

Essa consciência pode fazer toda a diferença para o futuro e os resultados do seu negócio. E como bem lembra o poeta iraniano, por sermos parte de um todo, o que faz uma mudança acontecer é a nossa crença de que outras pessoas vão participar do processo. Sozinho, nada acontece.

Como Seres sociais, precisamos de contato e o isolamento nos faz adoecer. De acordo com o levantamento Perceptions of the Impact of Covid-19, realizado pela Ipsos em 28 países, 52% dos respondentes brasileiros afirmam se sentirem mais solitários nos últimos seis meses em comparação à média global, que é de 41%. 

A mesma pesquisa mostrou que para 43% o sentimento de solidão teve efeito negativo na saúde e, consequentemente, no desempenho dos brasileiros que responderam à pesquisa.

Quando percebemos nossa tendência ao isolamento, conseguimos nos articular para mudar. E, quando somos gestores de negócios e empresas, essa consciência se faz ainda mais necessária, pois temos de liderar o processo de transformação, influenciando outras pessoas.

Para que isso aconteça, a receita é simples: Não se isole. Ao contrário, participe ou crie comunidades, invista tempo e participe de diferentes rodas de conversa, amplie o seu leque de possibilidades a partir da diversidade de opiniões que você pode ter em conversas com seus amigos, colaboradores, pares, clientes ou parceiros de mercado.

A mesma pesquisa que citei mostrou que 21% dos entrevistados declararam que a crisse teve efeitos positivos em suas vidas e negócios. Quando estamos abertos à coletividade, cruzamos com pessoas que podem estar alguns passos na nossa frente, que podem nos proteger encurtando caminhos e nos ajudando a otimizar recursos.

Associações de classe e de empresas, por exemplo, são excelentes formas de abraçar e ser abraçado por novas ideias e soluções. Na indústria do live marketing temos a Ampro (Associação de Marketing Promocional) e outras muito próximas, como Alagev (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), CBIE (Câmara Brasileira da Indústria de Eventos), Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), Abrace (Ass. Bras. de Cenografia e Estandes), Apresenta (Eventos de Entretenimento), Abrafesta (Festas), Ubrafe (União Bras. de Promotores de Feiras), Ifea (International Festivals & Events Association) e MPI (Meetings Professionals International).

Ao participarmos de uma associação que reúne profissionais e empresas de nosso segmento, encontramos outras pessoas e organizações que enfrentam desafios semelhantes. Esse processo humaniza as relações, traz sentimento de pertencimento e de representatividade. Quando nos associamos, potencializamos nossa força de ação.

Quando agimos de forma coletiva, conseguimos nos observar de fora para dentro – a partir de nossos erros e acertos, e das experiências de outros profissionais ou empresas, descobrimos o que devemos continuar a fazer, começar ou parar de fazer para turbinar os resultados de nosso negócio. É simples assim.

Segundo o Relatório Global que o Facebook divulgou em abril/2021, com mais de 35 mil líderes de PME, quase um quarto deles (24%) relatou fechamento. Mas também nesse mesmo mês de abril o Sebrae informou que mais de 620 mil micro e pequenas empresas foram abertas nestes tempos de crise. 

Ambos os relatos nos protegem e são de grande interesse, principalmente se pudermos ouvi-los diretamente das fontes ou nas associações que os representam. Um bom e diferente papo pode ser a diferença entre a crise e a oportunidade.

Então, antes de decidir o destino ou os próximos passos de seu negócio, aproxime-se de outras pessoas e empresas. Associe-se. E acredite: a união transforma.