Depois de alguns poucos meses de euforia e comemorações, no caso do nosso setor pelas ativações realizadas, especialmente a abertura, premiada e celebrada, chega a dura realidade.
O Ministério do Esporte irá assumir a responsabilidade com os custos de manutenção e administração das arenas que integram o futuro Centro Olímpico de Treinamento (COT), do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Sendo assim, as Arenas Cariocas 1, 2 e 3, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis terão gestão compartilhada com as confederações nacionais, a maioria envolvida em graves casos de corrupção que remontam décadas, sem que nada tenha sido feito..
A medida vem após o cancelamento do processo de licitação do Parque Olímpico, no último dia 16, quando a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar) alegou que a Sanerio, única empresa interessada, não se enquadrava nas exigências.
No acordo costurado, o Ministério do Esporte também assumirá a desmontagem da Arena do Futuro, casa do handebol e do goalball e que dará lugar a quatro escolas no Rio de Janeiro. A prefeitura fica responsável pela obra, com recursos federais. Em seu anúncio, Eduardo Paes admitiu não ter informações sobre o custo da manutenção do COT. Para o "Estadão", o prefeito informou que na próxima quinta-feira todos os dados serão disponibilizados.
– O Ministério do Esporte vai assumir esse gasto agora. Vale lembrar que (o governo federal) não teve despesa para implantar boa parte do Parque Olímpico da Barra, feita por uma outra PPP (comandada pela concessionária Rio Mais) – disse Paes ao "O Globo".
"Alguém tinha dúvida quem ia pagar? "recursos federais" são aqueles 3 reais que você paga pro governo a cada cerveja que compra ou os 50 reais que você paga pro governo a cada vez que enche o tanque do carro", comentou o especialista em finanças Jorge Cardoso a reportagem do Promoview.
Segundo as autoridades, esta foi a única solução para evitar futuros problemas, já que os processo de licitação para gestão das arenas foi em vão. Marcelo Crivella assume a Prefeitura do Rio a partir do dia 1º de janeiro de 2017 e já afirmou que cancelaria a licitação do Parque Olímpico. De acordo com Crivella, "um projeto tão sério e impactante não poderia ter sido licitado a um mês do fim do atual governo, sem que sua equipe de transição fosse consultada". O lançamento estava previsto para agosto, mas, de acordo com a Prefeitura, uma série de averiguações do Tribunal de Contas do Município atrasou o processo, adiado cinco vezes.
"Diante desse quadro fica claro porque o Brasil fica para trás nas Olimpíadas", completa Cardoso. Não dão lugar para treinar e não incentivam ao esporte. Não sei pq gastam tanto dinheiro construindo se depois não utilizam. Porque não abrem o lugar para os atletas treinarem ou até mesmo pra quem quer começar a praticar algum esporte? Espaço tem de sobra, tem lugar pra todos os tipos de esportes e está pronto para disponibilizar ao publico, uma coisa tão simples que os políticos fazem ficar tão difícil", completa.