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A indústria do cinema e as feiras de negócios

Existe uma comparação entre estes negócios tão distintos?

Hoje em dia, a abundância de conteúdo televisivo é tão grande que já não conseguimos mais acompanhar as séries sem a ajuda do algoritmo ou das dicas dos amigos, não é mesmo?

Acho que o mesmo comentário vale para as feiras de negócios que temos por aí… São tantas e sobre os mais diversos assuntos que fica praticamente impossível acompanhar se você não tiver um interesse específico sobre um setor da economia.   

Esta comparação me fez então pensar um pouco mais sobre estas duas indústrias tão distintas e fazer um breve paralelo entre ambas. Veja se você concorda comigo.

No-inicio ambas as indústrias eram gerenciadas com “mão de ferro”. No caso da indústria do cinema, os donos de estúdios. Roteiristas e diretores eram figuras secundárias e o que importava mesmo era o “faro” (ou instinto) do dono do dinheiro. 

Feiras de negócios nos anos 60/70/80/90 eu tenho certeza que eram assim. Um pensa e decide e alguns implementam!

Depois vieram os pensadores e transformadores… No caso do cinema, uma ideia na cabeça e uma câmera na mão (Se você conhece Glauber Rocha) ou uma câmera na mão e um montão de ideias na cabeça (Se você conhece a Nouvelle Vague e Jean Luc Godard). 

No caso da nossa indústria das feiras de negócios o paralelo é com o aumento exponencial de feiras dos mais diversos temas e indústrias. 

Se no início era o “capitão da indústria” que decidia algo e suas equipes implementavam, nesta segunda fase apareceram organizadores de feiras menores em nichos específicos competindo com as produzidas pelas “majors”. E o mercado cresceu…

Agora acredito que estamos entrando em uma outra fase bem distinta… As duas indústrias…

Veja o que a indústria de Hollywood e Bollywood estão sofrendo com as entradas dos conteúdos sobre demanda, as Netflix da vida! A força de um roteiro, o carisma de um ator meio esquecido pelos estúdios, um produtor e suas ideias malucas… enfim, uma cauda longa e enorme com temas e estilos para todo mundo. 

Mas sempre reforçando a relevância do storytelling como uma ação que une os humanos na sua necessidade de sermos gregários! Content is king! And it Always will be….

Nas feiras de negócios eu vejo a mesma situação, já existem feiras em todos os possíveis mercados… do parafuso aos quadrinhos, passando pelos automóveis, móveis&cia. Você escolhe o setor da economia e é quase certeza que já existe uma feira a respeito. 

Mas nesta nova fase, os “roteiristas” é que comandam a ação. Encontrar um tema para uma feira é fácil. Desenvolver relevância é que se torna o grande desafio. 

Qual história o organizador da feira tem que contar? Com quais “atores e atrizes”? Em que “palco”? Com qual propósito? Se você já parou para pensar que no futuro estará pagando com certeza mais de uma Netflix na sua casa, qual será a sua atitude na tomada de decisão para participar de uma feira de negócios do seu setor? 

Atualização profissional e networking farão parte desta equação com certeza, pois o ‘Face to Face’ sempre será relevante para os humanos.

Confiança ainda é mais forte no olho no olho ou aperto de mão do que no aperto do botão enter!