Experiência de Marca

Reebok rompe com CrossFit após comentário racista

O epicentro da crise aconteceu na segunda-feira (8), quando a marca comunicou que não vai renovar o acordo de licenciamento.

O futuro da marca CrossFit foi colocado em xeque após uma manifestação racista de seu fundador, o empresário americano Greg Glassman, em sua conta no Twitter. 

No último sábado (6), Glassman ironizou um post feito pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) sobre racismo.

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A postagem do instituto diz que o racismo é uma questão de saúde pública. Glassman respondeu ironicamente ao tuíte com “É FLOYD-19”, querendo dizer que os protestos que ocorrem nos Estados Unidos pela morte brutal de George Floyd por quatro policiais brancos em Minneápolis seriam, atualmente, responsáveis por espalhar ainda mais o Coronavírus no país.

Apos-o tuíte racista de Glassman, diversos donos de boxes de prática de crossfit nos Estados Unidos começaram a retirar a marca criada pelo empresário. 

O epicentro da crise aconteceu na segunda-feira (8), quando a Reebok comunicou que não vai renovar o acordo de licenciamento da marca, que virou sinônimo de treinamento funcional.

“Nossa parceria com a marca CrossFit se encerra no final deste ano. Recentemente, discutimos sobre a renovação desse acordo, mas, diante dos acontecimentos recentes, tomamos a decisão de encerrar nossa parceria com a CrossFit HQ. Devemos isso aos atletas, aos fãs e à comunidade do CrossFit.”, disse a Reebok, em comunicado divulgado ainda no domingo (7).

Após isso, Glassman tentou conter o impacto de suas declarações. Em uma curta frase publicada na conta do CrossFit no Twitter, ele afirmou ter “cometido um erro”.

“Eu, CrossFit HQ e a comunidade CrossFit não apoiamos o racismo. Eu cometi um erro com as palavras que escolhi ontem. Meu coração está profundamente triste com a dor que causou. Foi um erro, não racista, mas um erro.”, afirmou o executivo.

A tentativa de consertar o “erro” acabou quando um dos afiliados à CrossFit revelou que enviou, antes da crise do final de semana, um e-mail a Glassman pedindo um posicionamento da marca a respeito do racismo envolvendo Floyd. 

“Acredito sinceramente que a quarentena teve um impacto negativo na sua saúde mental.”, respondeu o executivo.

O estrago está feito. Glassman construiu um império com a marca CrossFit, que passou a ser sinônimo de um treinamento funcional criado por ele em 2000 para adotar um novo estilo de vida. 

Desde 2005, a modalidade tem crescido bastante nos Estados Unidos e também no Brasil. Nos EUA, o salto foi de 13 academias filiadas à marca naquele ano para as atuais 13 mil. No Brasil, são mais de 2 mil boxes para a prática do esporte.