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CBF desiste do Mundial Feminino de 2023

Entidade justificou saída com 'cenário de austeridade econômica e fiscal'.

O Brasil abriu mão da candidatura para ser anfitrião da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2023

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a decisão no início da noite de 8 de junho, após a Fifa sinalizar que não foram apresentadas as garantias do governo federal para a realização do evento no país.

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Em nota, a CBF adotou um tom conciliador com o governo e com a própria Fifa. A entidade brasileira ressaltou que reconhece a importância das garantias financeiras para a realização da Copa do Mundo e que sabe “Que elas fazem parte do protocolo padrão da entidade internacional, sendo elemento fundamental para conferir a segurança necessária para efetiva realização de eventos deste porte.”

Segundo-a CBF, o governo federal enviou à Fifa uma carta de apoio institucional, mas afirmou que não poderia dar as garantias necessárias já que há no país um “cenário de austeridade econômica e fiscal”, especialmente após um momento de forte impacto econômico provocado pela pandemia do Covid-19 neste ano.

Sobre a decisão, a CBF afirmou que “Compreende a posição de cautela do governo brasileiro e de outros parceiros públicos e privados.” Além disso, a entidade disse que via menos chance na candidatura brasileira devido à sequência de grandes eventos que o país recebeu nos últimos anos. 

O Brasil foi sede da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e da Copa América de 2019.

Com a decisão, a CBF passa a apoiar oficialmente a candidatura da Colômbia para a Copa do Mundo de 2023. A entidade ressaltou que, com o apoio, a Conmebol passa a ter uma única opção para o evento, o que deve aumentar as chances dos vizinhos sul-americanos e reforçar o agrupamento da confederação na região.

Sem dar as garantias, o governo federal se esquiva de entrar em desgaste político em um ano que já soma uma grave crise social e econômica. 

O alto custo em estruturas para a realização dos megaeventos dos últimos anos foi combustível para a série de protestos que parou o Brasil em 2013 e que resultou no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff três anos depois.

Para receber a Copa do Mundo de 2023, o Brasil contava com o apelo dos recordes de audiência obtidos no último torneio, disputado na França em 2019, além de toda a estrutura já montada, com os estádios usados no torneio masculino de 2014. 

Agora, a Colômbia disputará o direito de receber a competição com o Japão e com a candidatura conjunta apresentada por Austrália e Nova Zelândia.