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Fala Celio!: Taís Araújo e Rachel Maia questionam a diversidade

O talk show do mercado da comunicação abordou diversos temas relacionados ao tratamento da diversidade, inclusão e pluralidade no setor.

Após receber as mais diversas estrelas da TV e do entretenimento, o programa Fala Celio!, o novo talk show do mercado da comunicação na internet, realizou um dos seus mais importantes episódios em duas temporadas de história.  

Celebrando a importância da Consciência Negra, o apresentador Celio Ashcar Jr. recebeu a ilustre participação de Rachel Maia, eleita uma das 40 mulheres mais poderosas do Brasil e conquistou recentemente o prêmio Personalidade do Ano, concedido pela Exame Melhores e Maiores, nesta segunda-feira (29/11), com transmissão pelo YouTube do Promoview, diretamente do Teatro Raul Cortez, na Fecomércio, em São Paulo.

Voz forte para falar de diversidade e inclusão com 30 anos atuando no mercado corporativo em companhias como Seven Eleven, Novartis, Tiffany e Pandora, a ex CEO da Lacoste Brasil falou sobre a infância, a perseverança no início da carreira e a importância em terem mulheres pretas em cargos de liderança.

Enfrentando um mundo cheio de exclusão e preconceito, Rachel, sem medo, venceu e hoje é exemplo de mulher. De sorriso largo, ela respondeu pergunta da amiga e atriz Taís Araújo sobre como ela articula em um reunião ou grande empresa em que apenas ela representa a diversidade.

Confira a entrevista na íntegra. Caso seu navegador não abra o vídeo, clique aqui

“A minha jornada me deu segurança. Este momento em que eu vivo, em ser conselheira de cinco grandes conselhos, muitas vezes eu não espero que me perguntem sobre diversidade. Usei como estratégia de fazer parte dos comitês de quase todos os conselhos que participo (…) a responsabilidade de cobrar metas. Então, as empresas em que eu estou, eu trago isso que está estampado na minha cara. E quando não se pergunta, eu falo. Existe este contexto, aonde os conselheiros sabem que temos que lidar com essa pauta e o maior entendimento por parte deles (…).”, declarou Raquel.

“Hoje eu surfo neste momento aonde a diversidade se faz necessária de ser parte da pauta do conselho. As pessoas ainda não entendem bem sobre diversidade, porque não fazia parte da agenda, não fazia parte do nosso dia a dia. Diversidade, representatividade, o significado de pluralidade. Para que isso possa acontecer, tenho que usar a ferramenta da equidade. É o como explicar, o como trazer, o como transformar, o como de fato fazer com que a diversidade é apenas o início do processo. (…) Então, este processo educativo de letramento, nós todos temos essa responsabilidade. Então, sim, eu faço esse letramento aonde eu estou.”, explicou.

Primeira mulher negra no Brasil a ocupar a cadeira número 1 numa empresa, com muita humildade, Rachel relembrou momentos de constrangimento de quando era presidente de uma grande companhia. 

“(…) ser presidente de uma relojoaria americana aqui, aonde representa o máximo do luxo, as pessoas chegavam na festa e perguntavam ‘cadê a presidente?’, mesmo eu estando lá. Passei por isso algumas vezes. Então, existe uma necessidade de desconstruir para que a gente possa aceitar essa pluralidade. (…) Eu não pulei de um lugar para o outro. Eu fui galgando e construindo uma jornada, de uma forma muito série a alerta.”, criticou Raquel.

Por cinco anos reconhecida como Great Place to Work Líder de Trabalho, Rachel também relembrou de momentos constrangedores. “Aquelas brincadeirinhas bestas, de pessoas do meu próprio time. Teve uma vez que eu comprei um carro, um GOL, preto; foi o meu primeiro carro, que eu pude comprar com o meu salário, toda orgulhosa e eu cheguei compartilhando a novidade. Eu sempre fui faladeira, sempre fui uma pessoa expansiva. Aí, uma das minhas funcionárias falou: ‘Ué, Rachel! você preta, comprou um carro preto? Ninguém vai ver nada!’ e deu risadas. Eu não fazia carinha de achar engraçadinho para fazer parte do ciclo ou do clubinho. Eu falava na hora de que não havia gostado e questionava se tinha sido uma piada.”

Ela também falou sobre a importância do seu exemplo como líder e o que isso representa na sociedade, após pergunta de Dilma Souza Campos, CEO da agência de live marketing Outra Praia e atriz que, interpretando Patativa, a passarinha do Castelo Rá-Tim-Bum

“Ver outras mulheres pretas, sentadas no cargo de liderança já me empodera. Já abro um sorriso sem nem falar com a pessoa, porque é bom reconhecer e ver os seus. É gostoso você sentir aquele olhar de reconhecimento daquela que muitas vezes você colaborou, mentorou ou simplesmente olhou com ar de apoio. É um sentimento que não se explica, mas falta. Ainda temos muitas oportunidades, não só em empresa globais, mas muitas oportunidades no mercado interno. Hoje nós temos evoluído, mas precisamos de ações focadas. Agora é o momento de enviarmos esse recado por mais mulheres pretas numa cadeira de liderança.”

Todos os episódios do Fala Celio! estão disponíveis no canal Promoview no YouTube (www.youtube.com/PromoviewPlay), plataforma de conteúdo no segmento de live marketing e brand  experience, e também no canal Fala Celio! no YouTube e Instagram.