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Eventos híbridos são tendência para a melhor experiência do público

A crise deixará marcas em toda a indústria de eventos e uma herança de transformação, fruto da mudança nos hábitos dos consumidores.

De acordo com a Ubrafe, União Brasileira dos Promotores de Feiras, o setor de eventos chegou a movimentar R$ 1 trilhão com mais de 2 mil eventos ao ano antes da pandemia, e, de longe, acabou sendo um dos mercados mais atingidos pelo isolamento social, o que afetou, em efeito cascata, outros segmentos do mercado. 

A crise deixará marcas em toda a indústria de eventos e uma herança de transformação, fruto da mudança nos hábitos dos consumidores. 

O setor de eventos foi o primeiro a paralisar quando veio a crise em 2020 e será o último a retomar completamente, forçando os profissionais da área a desbravarem novas oportunidades. 

Quem ainda não olhava para o digital foi forçado a se transformar, e, não à toa, vimos a explosão das lives nas redes sociais, em ambientes corporativos, o crescimento explosivo do uso de videoconferências e ferramentas profissionais de streaming. 

No começo, estavam todos experimentando novas formas de se comunicar e de engajar a audiência, trazendo inclusive um sentimento de fear of missing out, ou “medo de ficar de fora”, em transmissões de conteúdos relevantes diante de tanta oferta simultânea de conteúdo. 

Inevitavelmente, o mundo já caminharia para a evolução das experiências digitais, mas a ruptura causada pelo isolamento social fez com que o universo do streaming antecipasse o que aconteceria no futuro entre cinco e 10 anos. 

Em 2020, o mercado do streaming efetivamente aconteceu e os eventos passaram a ser totalmente digitais. Aos poucos, as transmissões foram ficando mais criteriosas, as empresas perceberam que é possível reduzir custos, aumentar o alcance, inovar no formato da experiência e atingir seus objetivos de negócios. 

Ainda assim, viver diante de telas é uma experiência diferente de estar presente em um evento físico. São experiências sensoriais distintas. O Ser humano, por natureza, é um ser sociável que precisa interagir com outras pessoas em meios físicos para estreitar os laços. 

Isso faz toda a diferença em eventos presenciais. Por mais que existam tecnologias que tentam simular ao máximo a experiência virtual com multiversos e salas de networking, ainda estamos distantes de uma experiência que traga todos os elementos sensoriais de um evento presencial, sobretudo na indústria do entretenimento. 

É preciso mudar o ponto de vista e observar a situação por outro ângulo. A questão não é se o digital irá substituir o físico, mas como aproveitar o melhor de cada experiência para diferentes contextos e necessidades.

Se parar para pensar no público que acaba deixando de ir a eventos por questões de mobilidade, distância geográfica ou agenda cheia, existe um grande nicho a ser explorado e mantido no digital, principalmente para quem quer consumir o conteúdo ao vivo ou ver depois, e isso potencializa a experiência de um evento. 

Aqueles que já planejaram um evento presencial, o custo para operar uma transmissão ao vivo é uma pequena fração do investimento total. 

Em 2021, o setor de eventos começou a enxergar um potencial de retomada frente à evolução da vacinação no Brasil. Em contrapartida, a expectativa de uma retomada presencial ainda em 2021 fez com que muitas empresas mantivessem seu calendário de eventos indefinido. 

Vimos experimentos de eventos drive-in no segmento de entretenimento, um formato nostálgico, mas que financeiramente não sustenta o mercado, e já é possível observar a retomada gradual de eventos corporativos em estruturas menores, quase que todos combinando a experiência física com transmissões ao vivo para escalar o alcance. 

Daqui em diante, veremos a rápida adoção dos tais eventos híbridos que integrarão experiências físicas e digitais – ou “phygital” – como muitos já têm chamado.

As profundas marcas deixadas pela pandemia, portanto, serão transformadas em uma herança de inovação nas formas de vivenciar um evento. 

Aqueles com maior capacidade de experimentar, aprender, adaptar-se e manter o lado humano nas interações serão os novos vencedores diante um mercado cada vez mais high-tech.

 

Foto: Reprodução.