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Brasileiros lotam festival de inovação no Texas em busca de tendências

O SXWS continua sendo um dos principais destinos de diversos profissionais brasileiros, que vão até o local em busca de tendências, assim como para divulgar suas inovações e tecnologias, já que o festival é uma importante plataforma de visibilidade e negócios.

Um dos festivais de inovação mais famosos do globo, o South by Southwest (SXWS), que é realizado em Austin, no Texas (EUA), acabou sendo cancelado em 2020 logo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) ter decretado pandemia da Covid-19. 

Com isso, os organizadores do evento sofreram com o grande impacto financeiro, e acabaram passando por diversas dificuldades, o que culminou na venda de 50% das ações para a PMRC, atual dona das icônicas revistas Billboard e Rolling Stone.

De lá para cá, não houve versão presencial do festival, que retorna agora em 2022 repleto de expectativas. Sendo que para Austin, o evento é uma das atividades mais importantes do ano, já que são gerados cerca de US$ 400 milhões em receitas. 

Enquanto isso, o Brasil acabou perdendo o posto de líder entre as comitivas estrangeiras. Mas o SXWS continua sendo um dos principais destinos de diversos profissionais brasileiros, que vão até o local em busca de tendências, assim como para divulgar suas inovações e tecnologias, já que o festival é uma importante plataforma de visibilidade e negócios.

Um dos publishers mais influentes do país, Antonio Camarotti, que trabalha para a Forbes Brasil, acompanha o festival de perto há alguns anos, e aponta o crescimento do evento em relação às edições passadas. “Quando estive pela primeira vez, em 2014, eu já achava que era um dos eventos com maior quantidade de conteúdo. Acompanhei nos anos seguintes um crescimento considerável, mas neste 2022, tudo está maior e isso é muito representativo, principalmente pelo fato de ser o primeiro grande evento presencial no pós-pandemia”, disse.

A cofundadora e CPO da startup Mimo, que é especializada em live-commerce, Etienne Du Jardin, aponta que esta edição do South by Southwest permitirá que especialistas de todo o mundo discutam e compreendam as inovações e diferentes alternativas de se fazer negócios. Isso porque diversos setores precisaram se adaptar à nova realidade mundial, que sofreu grandes mudanças por conta da crise sanitária.

Dessa forma, surgiram novos mercados e diferentes maneiras de consumo, e o ambiente digital nunca esteve tão em voga quanto agora, já que inúmeras empresas tiveram que migrar seus produtos e serviços para internet. Um exemplo são as plataformas de apostas, que no Brasil ganharam uma grande popularidade nos últimos tempos, ao ponto de haver um site confiável, que reúne informações sobre várias operadoras atuantes no país, selecionando aquelas idôneas e transparentes, evitando assim que os usuários corram riscos na hora de realizar seus palpites.

Etienne Du Jardin afirma que no South by Southwest estarão reunidas algumas das mentes mais inquietas do planeta, que estão mais do que dispostas a trocar e dividir seus conhecimentos sobre as abordagens de assuntos do dia-a-dia. Com isso, o SXSW se torna um espaço extremamente fértil para novas ideias e insights para negócios.

Sempre de olho no futuro

O mercado publicitário brasileiro está entre os principais interessados no SXSW, como afirma Douglas Nogueira, diretor de planejamento da agência Talent Marcel. Segundo o executivo, o Brasil costuma ter diversas comitivas que vão até o evento em busca de novidades, para assim contribuir para o futuro do país. Porém, nas palavras de Marcel, “o fato desse futuro parecer nunca chegar, também nos mantém em uma eterna busca para encontrá-lo. É preciso fazer uma ponderação aqui, olhar para o futuro é uma posição de privilégio, infelizmente, e não corresponde à realidade da maioria dos brasileiros que estão focados em resolver problemas básicos do presente. Consciente da minha posição de privilégio e responsabilidade, o futuro sempre esteve conectado, para mim, em melhorar a vida das pessoas. De uma forma mais inteligente, mais barata, mais rápida.”

Marcel ainda diz que isso é sobre negócios, contudo, em um país como o Brasil, não poderia ser apenas a respeito de negócios. “Usar a tecnologia para dar escalas aos negócios e piorar a vida das pessoas nos mantém presos em um passado que nos condena. E o SXSW também traz essas provocações”, completa.