MICE

Fórum de Turismo LGBT debate participação no segmento M.I.C.E

O primeiro painel se concentrou na participação da comunidade LGBTQIA+ no segmento M.I.C.E e trouxe profissionais experientes para debater o tema.


A quarta edição do Fórum de Turismo LGBT do Brasil começou dia 23/11, com força total. 

O primeiro painel, exibido se concentrou na participação da comunidade LGBTQIA+ no segmento M.I.C.E (Meetings, Incentives, Conferences & Exhibitions) e trouxe profissionais experientes para debater o tema e orientar sobre os próximos passos.

As principais novidades do mercado M.I.C.E estão aqui.       

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Eduardo Murad, diretor-executivo da Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) mediou o bate-papo com Fernanda Furquim, executiva de contas da MCM Brand Experience; e Paulo Amorim, consultor de marketing digital e eventos corporativos e especialista em Diversidade e Inclusão.

Eduardo-Murad, Alex Bernardes, Paulo Amorim e Fernanda Furquim (Foto: Brasilturis).

Para Amorim, o mercado precisa fazer mais do que oferecer uma vaga de trabalho. “A inserção é importante, mas também é preciso dar oportunidades para esse profissional ascender. O turismo tem essa capacidade de agregar, mas o crescimento ainda é um desafio dentro das empresas e um problema geral da diversidade.”, pontua.

Nesse sentido, Fernanda ressalta a importância de buscar essas pessoas no mercado de trabalho e oferecer a elas a capacitação necessária, apoiando de perto esse crescimento. 

“Se eu colocar em uma comparação de mercado, talvez encontre um profissional heterossexual mais qualificado. Cabe a nós optar pela pouca experiência e pagar essa conta junto. Esses profissionais existem e precisam de acolhimento para desenvolver seu potencial.”, defende.

A executiva da MCM também destaca a comunicação transparente como um caminho seguro para alcançar e engajar esse público, além de ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

“Estamos caminhando devagar, mas avançando. Eventos como esse nos fazem pensar e rever as formas de fazer as coisas. Ainda esbarramos em um preconceito grande, que é velado. O esquema de viagens está segmentado, mas o público ainda não está preparado. Precisamos nos comunicar de forma clara.”, sugere.

O verbo é esperançar

Amorim acrescenta que é essencial aos gestores internalizar as mensagens da diversidade e da inclusão no meio corporativo. “Não adianta falar, vender o turismo LGBT, se isso não é realidade dentro da sua organização. As empresas precisam fazer o dever de casa e olhar para dentro, sair do discurso.”, destaca.

A oportunidade de viajar, uma das características inerentes à atividade turística, foi apontada pelo painelista como um dos meios mais interessantes de adquirir cultura e agregar o conceito de diversidade. 

“O turismo deveria ser um exemplo, mas ainda precisa dar um grande passo para ser friendly, de fato. Inclusive pela visão mercadológica, já que existe uma nova dinâmica na composição das famílias LGBT, que requer preparo do mercado.”, comenta Amorim.

O primeiro passo é tratar esses assuntos com normalidade. “Fazemos casting diverso há mais de dez anos, oferecemos um menu diverso de opções aos clientes corporativos. Mas é preciso ter disposição para tratar como algo natural e não como extraordinário.”, sugere Fernanda. 

Amorim concorda com a necessidade urgente de retirar o exotismo da pauta. “Ter uma trans como recepcionista deve ser um processo normal.”, exemplifica.