Pois é pessoal. A partir de hoje eu vou apresentar para vocês as principais ações que as empresas brasileiras estão realizando em prol da sustentabilidade. Tem muita coisa acontecendo, mas com apoio da superequipe da redação do Promoview conseguiremos mostrar o que de mais importante tem sido feito nesta área que ganhou total relevância nos últimos anos.
E neste 2012 que passou voando, o evento da maior grandeza realizado no Brasil foi justamente ligado às questões que envolvem desenvolvimento econômico em harmonia com a preservação do planeta e do ser humano, já que, por mais inacreditável que pareça, a miséria ainda faz parte da rotina de milhões de pessoas .
É difícil saber se a RIO +20 será um marco ou apenas mais uma etapa do processo de transição de nossa economia atual em uma economia mais responsável. O que se sabe com certeza é que a ela colocará em marcha processos de mudança.
Os inúmeros eventos que precederam a Rio+20 e que se sucederão a ela tornam a discussão mais democrática e facilitam o acesso de muitos profissionais aos assuntos que estão sendo tratados no Rio de Janeiro.
Diferente das outras edições da Conferência das Nacões Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, foi possível assistir inúmeros painéis, acompanhar discussões de um cem número de países e além disso expressar a opinião e contribuir por intermédio das rodadas de diálogo.
Do ponto de vista econômico, a grande discussão girou em torno de como viabilizar uma economia mais verde e inclusiva que diminui a desigualdade entre as populações do planeta ao mesmo tempo reduz drasticamente os impactos ambientais causados por este desenvolvimento.
Especialistas respeitados debateram ideias e grandes cabeças estão construindo os caminhos para esta nova economia. Não há consenso de como isso acontecerá, há sim unanimidade na urgência de repensar o “business as usual“. As posições são antagônicas, mas é a partir desta liberdade de pensamento que vamos encontrar saídas.
Mark Kramer (1) falou da grande importância de se comunicar com as pessoas, falar uma outra língua, uma língua que os mobilize. Para ele não basta ter consciência do problema mas sim fazer algo a respeito. Saber que fumar é nocivo a saúde, isto todos sabem, o mais importante é pôr a consciência em ação e parar de fumar, por exemplo.
Os profissionais de comunicação têm desafios importantes nesta missão e devem pensar a respeito de um novo modelo de comunicação entre empresas e seus consumidores, entre governo e a população.
Kramer vai além, as empresas têm papel fundamental e devem criar produtos que resolvam problemas ainda não solucionados, que melhorem a qualidade de vida das pessoas, como por exemplo,os pesticidas orgânicos criados pela Dow e sistemas solares que são baratos e fácil de serem instalados pela população. Para ele não é uma questão de parar de crescer mas sim zerar os impactos das atividades.
Na mesma linha vai o raciocínio de John Elkington, o criador do conceito do “Triple bottonline”, ele prega a era dos Zeronautas, numa corrida para o “Zero“, zero impacto!
Para Elkington vamos passar pela terceira revolução industrial, “Vamos viver uma nova era de inovação disruptiva nos próximos 30 anos mas provavelmente a humanidade terá que sofrer bastante para se convencer de que é necessário se desprender dos padrões já existentes”.
Elkington destaca a necessidade de mais dados sobre os impactos ambientais e mais e informações para a sociedade. É Ricardo Abromovay, que coloca o contraponto, e afirma ser pura ilusão pensar que conseguiremos resolver a questão somente com tecnologias mais verdes. “Não podemos confiar apenas na inovação”, diz ele.
Ele se pauta em números, aecoeficiência aumentou, hoje somos capazes de produzir com 23% menos emissões de carbono e 21% menos recursos naturais mas o volume de produção aumentou em proporções muito maiores, a produção de produtos domésticos, cresceu 163%, transportes aéreos 100% entre outros exemplos, fazendo com que o consumo de recursos naturais crescesse 41% e a emissão de carbono subisse 39%.
Considerando o crescimento populacional, em seus cálculos, o consumo total de biomassa, minerais, metais* e combustíveis fósseis per capita/anoem 2050 deverá ser de duas toneladas número difícil de atingir se considerarmos que hoje um cidadão na Europa consome de dez a 12 toneladas e um americano 20 toneladas/capita/ano.
*É preciso lembrar que para produzir um 1 kg de alumínio deslocam-se 85 kilos de materiais. E para produzir uma folha de papel A4 são necessários dez litros de água.
(1) Mark Kramer : Cofundador e diretorexecutivo da FSG, é bacharel em direito pela Brandeis University, com MBA e doutorado pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA. É autor de influentes publicações sobre valor compartilhado, responsabilidade social empresarial, filantropia catalítica, avaliaçãoestratégica e liderança adaptável, dando frequentes palestras sobre esses temas emtodo o mundo.
(2) John Elkington: Sociólogo britânico e autoridade mundial em responsabilidade corporativa e em desenvolvimento sustentável, é cofundador e presidente da Volans Ventures, organização que trabalha na interseção dos movimentos de sustentabilidade, inovação e empreendedorismo.
É também membro do Conselho da SustainAbility, consultoria que ajudou a fundar e presidiu de 1995 a 2005. Formulador do conceito triple bottom line, que divulgou pormeio de seu livro Canibais com Garfo e Faca, é autor de outros 17 títulos, entre os quais The Zeronauts: Breaking the Sustainability Barrier, lançado em maio deste ano.