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Crônica das tragédias anunciadas

As eleições geraram ódios imortais e essa energia ruim se espalhou em erros sucessivos e ódios sucessivos. Deixamos de analisar a coisa pela coisa e passamos a analisá-las pelos culpados de hoje e de ontem.

O que está acontecendo no Brasil?

Especialmente na Região Sudeste.

Dizíamos outrora que esse era o País da paz, da tranquilidade. Sem furacões, ciclones, terremotos…

E eu sempre me perguntava: E precisa disso para ser ruim?

Somos o País da Tragédia sempre anunciada.

Parece que depois dos 7 x 1 na Copa, a coisa veio degringolando.

As eleições geraram ódios imortais e essa energia ruim se espalhou em erros sucessivos e ódios sucessivos. Deixamos de analisar a coisa pela coisa e passamos a analisá-las pelos culpados de hoje e de ontem.

A culpa é nossa, pronto. E, no nossa, estou incluído. Culpa aqui não é transferência de responsabilidade, mas evocação à consciência de verdade

Pois uma coisa é certa. As lições são para todos.

Em Brumadinho, A Vale, em sua saga de lucro, já tinha feito de Mariana tragédia. Ninguém aprendeu. Brumadinho sofreu.

Nem a Vale, nem o povo que reelegeu políticos que não permitiram a implementação de medidas que talvez impedissem a nova tragédia estão isentos.

Os temporais inevitáveis no Rio e em São Paulo valem por tufões e furacões. Matam gente, sonhos e belezas das cidades.

O lixo de administrações equivocadas não é menor que o lixo jogado na rua. Do papelzinho da bala ao lixo, sem lugar, ou com, para jogar. Do jeitinho à corrupção, da incompetência à alienação, da natureza pressionada à falta de respeito pelo chão.

Pelo sim, pelo não, cai a água nas nuvens e dos olhos.

E por que o povo das cidades ainda votam nos lixos que os procuram nas comunidades em todas as eleições? Por que erramos tanto quando a chuva não vem?

Tempestades são necessárias para lavar nossa consciência e dar voz aos ódios “falantes” e esquecermos dos amores “fazentes”, de ONGs e GENTE de bem nas Comunidades, dispostos a fazer por nós.

O fogo que mata e desmata é o mesmo que ceifa sonhos de jovens, crianças e gente. De novo, nossa gente, nós.

Em conteiners aprisionam os sonhos e na fumaça deixam partir esses sonhos vivos.

Enquanto isso, torcemos.

E nossa torcida ecoa cânticos ao não quer acreditar que suas cores são sangue e carvão.

E os culpados? Temos que ter culpados para a mídia e para saciar nossos corações de ódio.

Nós somos os culpados.

Vamos aproveitar o momento e nos unir, sem culpados.

Vamos ser “fazentes”, participativos, solidários, voluntários da luz, da nossa luz.

Crianças, idosos, jovens, em celas e hospitais, gente nossa do bem, esperam amparo, comida e carinho.

Podemos dar.

“Deixa em paz, meu coração. Que ele é um pote até aqui de mágoa.

E qualquer desatenção, faça não. Pode ser a gota d’água…”

E a gota pode se transformar em tragédia anunciada.